Raquel Landim

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Opinião

Lula classifica fraude na Venezuela como 'normal' e se alinha a autocratas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classifica uma fraude eleitoral como "normal". O que aconteceu na Venezuela no último domingo está muito longe do "normal".

Candidaturas de oposição foram impedidas de se registrar, eleitores que residem no exterior não conseguiram votar, atas da urnas estão sendo escondidas e forjadas.

O Itamaraty soltou uma nota dizendo que as atas eram necessárias para garantir a lisura do processo. Maduro não apresentou as notas e alegou um ataque hacker.

O assessor da Presidência da República, Celso Amorim, disse que precisava do posicionamento dos observadores internacionais. O Carter Centre solicitou as atas com urgência, não recebeu e se retirou do país.

Contrariando todas essas diretrizes, o presidente agora diz que o processo eleitoral na Venezuela foi normal e que, se oposição está descontente, conteste no Judiciário e aguarde.

Numa ditadura, em que os poderes vão sendo "comidos" por dentro, a oposição não pode ter nenhuma expectativa de ter um tratamento justo pelo Judiciário.

Com essa declaração, Lula se alinha, na prática, com autocratas como Vladimir Putin , da Rússia, ou Xi Jiping, da China. E abandona países democráticos que vem pedindo transparência nas eleições na Venezuela.

Lula está ignorando ainda uma insatisfação que está dentro do seu partido. Deputados e senadores do próprio PT estavam insatisfeitos com a nota do partido que considerou "soberana" e "democrática" as eleições na Venezuela. Maduro é considerado por muitos - dentro do próprio PT - como um ditador.

O presidente e uma ala que controla o PT está parada no tempo.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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