Raquel Landim

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Reportagem

Nunes pede à PF que investigue origem do vídeo da máfia das creches

A defesa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) deve protocolar nesta quinta-feira (01) um pedido para que a Polícia Federal investigue quem colaborou para a produção do vídeo no qual ele é acusado de receber repasses de verbas municipais desviadas de unidades de ensino infantil enquanto ainda era vereador.

No vídeo, a contadora Rosângela Crepaldi descarta que Nunes tenha prestado algum tipo de serviço para receber R$ 11 mil da empresa de sua cunhada, Francisca Jaqueline Braz Eirelli. As duas são investigadas como "laranjas" do esquema. "Foi repasse", disse Rosângela. "[Nunes] nunca prestou nenhum serviço".

Segundo o advogado de Rosângela, William Albuquerque de Sousa Faria, o vídeo foi produzido um mês atrás por razões de segurança e não havia intenção de torná-lo público. Na gravação, Rosângela conversa com o advogado, que faz uma série de perguntas sobre o esquema e sobre o envolvimento de Nunes.

A defesa da contadora informa que não sabe como o vídeo chegou na imprensa. O caso foi revelado pela Folha de São Paulo.

O advogado Daniel Bialski, que representa Nunes, pede a instalação de inquérito policial, acusa Rosângela de calúnia e solicita à PF que investigue quem gravou o vídeo e se houve algum tipo de recompensa.

A defesa do prefeito nega as acusações de envolvimento com a máfia das creches e diz que o momento da divulgação é "estranho", porque ocorre há dois meses das eleições. O inquérito é de 2019 e o prefeito depôs sobre o caso em 2022. Nunes é candidato à reeleição para a prefeitura de São Paulo.

Nesta terça-feira (30), a PF finalizou o relatório de parte do caso, mas decidiu seguir nas investigações sobre Nunes por suspeita de lavagem de dinheiro.

Segundo a descrição do suposto esquema nas investigações, ONGs que administram creches municipais teriam recebido de volta parte do dinheiro contabilizado como despesas com materiais.

As empresas faziam os repasses via cheques, depósitos e boletos, beneficiando pessoas ligadas à administração dessas entidades.

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Nunes e uma empresa de sua família, a Nikkey Serviços S/S Ltda, receberam em 2018 valores de uma firma chamada Francisca Jacqueline Oliveira Braz, tida pela polícia como suspeita de ser uma grande 'noteira' (fornecedora de notas) da máfia das creches.

O prefeito alega que o repasse decorreu de uma prestação de serviços.

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