Megaoperação na 'cracolândia' ataca logística e não o fluxo, diz Tarcísio
O governador Tarcísio de Freitas afirmou à coluna que a megaoperação deflagrada nesta terça-feira (6) no centro da capital ataca a "logística" da "cracolândia" e não o "fluxo".
"O problema da 'cracolândia' é complexo e não dá para dizer que acabou. Mas, pela primeira vez, estamos atacando a logística e não o fluxo", disse o governador, em conversa com a coluna, ao descer do helicóptero em que acabava de sobrevoar as áreas onde ocorriam as ações.
"Ao desarticular os canais de logística, vamos tirando o oxigênio. Vamos fechar hotéis, bares, pousadas, ferro velho, tudo isso vai desaparecer. O PCC alimenta a 'cracolândia' e interessa ao crime manter o centro degradado", disse Tarcísio.
Segundo informações do governo estadual, foram emitidos 7 mandados de prisão, 117 de busca e apreensão, 46 de sequestro e bloqueio de bens e foi determinada a suspensão da atividade econômica de 44 prédios comerciais.
Esses imóveis serão lacrados pelas autoridades e, posteriormente, reocupados pelo poder público ou passarão por um retrofit para novos empreendimentos privados.
A conclusão dos investigadores é que o PCC (Primeiro Comando da Capital) abastece a "cracolândia" de drogas, mas também utiliza esses estabelecimentos comerciais como empresas de fachada para lavagem de dinheiro.
O governo estadual também montou um trabalho social para receber as pessoas que vivem nos hotéis.
Conforme apurou a coluna, nesta manhã, estavam sendo executados 3 mandados de prisão no centro de São Paulo e também na Favela do Moinho.
As investigações identificaram o Leo do Moinho como o grande "patrão" do crime na "cracolândia" e a favela do Moinho como o quartel general para a distribuição de drogas. A coluna apurou que ele foi preso.
Investigadores relataram que as apurações começaram há um ano e meio, com os primeiros pedidos sendo enviados para a Justiça no final do ano passado. Foi preciso entender a rede de contatos e quem eram os "laranjas". A conclusão, no entanto, ocorre às vésperas do início da campanha para as eleições municipais.
Fontes do governo estadual negam qualquer relação. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) é candidato à reeleição e tem o apoio de Tarcísio.
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