Raquel Landim

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Reportagem

Tarcísio convoca cúpula da PM e prepara 'correção de rumo' na segurança

Pressionado pela repercussão negativa de diversos episódios de violência da Polícia Militar, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira (3) no Palácio dos Bandeirantes.

Participaram o comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas, o subcomandante-geral, coronel José Augusto Coutinho, e o corregedor-geral, Silvio Hiroshi Oyama.

Segundo apurou a coluna, Tarcísio está preparando uma série de medidas para "corrigir o rumo" da política de segurança pública e "punir excessos" da PM.

Na reunião, ele disse à cúpula da corporação que é preciso ter o "controle da situação" e "deixar clara para a tropa a mensagem de que excessos não serão tolerados".

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, não estava no encontro porque viajou para Brasília. A ausência gerou especulações sobre o enfraquecimento político do secretário, que foram desmentidas pelo entorno do governador.

Os episódios mais recentes de violência policial afetaram a imagem de Tarcísio e da PM. Desde a morte do menino Ryan, um estudante de medicina foi assassinado e, somente nesta terça-feira (3), um homem foi morto a tiros, pelas costas, por um PM e outro foi atirado de uma ponte.

O governador fez apenas uma publicação em suas redes sociais, criticando quem "atira pelas costas" e o "absurdo de se jogar uma pessoa da ponte", dizendo que quem faz isso "não está à altura de usar uma farda".

Mas evitou responder perguntas.

A pessoas próximas, Tarcísio afirmou que "não se pode perder o controle da situação", que "é hora de fazer, e não de falar", e que "vai tomar providências".

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Na sua avaliação, conforme relatos de auxiliares, os episódios recentes prejudicam a imagem que ele quer passar, de um político que combate o crime organizado e enfrenta o PCC (Primeiro Comando da Capital).

A declaração do governador nesta terça representa uma mudança importante em relação a manifestações anteriores.

No início do ano, ao ser confrontado com denúncias sobre corpos de mortos na Baixa Santista durante a Operação Verão, Tarcísio afirmou:

"Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí".

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