Afinal, quem está na frente: Boulos ou Nunes? O que dizem os pesquisadores
Afinal quem está na frente na corrida pela Prefeitura de São Paulo?
Guilherme Boulos (PSOL), o candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou Ricardo Nunes (MDB), o candidato do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)?
As pesquisas apontam dados divergentes e, para além dos métodos de captação dos dados, os responsáveis têm teses diferentes para explicar seus números.
Na pesquisa da Atlas, que é feita online e foi divulgada nesta segunda-feira (23), Boulos aparece com 28,3% das intenções de voto, mais de sete pontos de vantagem para Nunes e Pablo Marçal (PRTB) que estão juntos com 20,9% na segunda posição.
Andrei Roman, diretor da Atlas, diz que não entende por que outras pesquisas mostram Nunes na liderança.
Não há fragmentação e canibalização no campo da esquerda, como existe na direita. Acho, inclusive, estranho que o Nunes não tenha caído depois do Marçal capturar boa parte do eleitorado bolsonarista.
Andrei Roman, diretor da Atlas
Tabata Amaral (PSB), que também é de esquerda, marca apenas 10,7% das intenções de voto na Atlas.
Já as pesquisas Datafolha e Quaest, que fazem levantamentos presenciais, apontam Nunes e Boulos empatados, enquanto Marçal fica um pouco para trás.
No Datafolha da semana passada, Nunes apareceu com 27% das intenções de voto, tecnicamente junto com Boulos com 26%. Depois vem Marçal com 19%. Na Quaest, os três estão mais próximos: Nunes com 24%, Boulos com 23% e Marçal com 20%.
Para Luciana Chong, diretora do Datafolha, não existe uma polarização tão forte assim entre esquerda e direita no pleito municipal em São Paulo.
Não é necessariamente um voto ideológico. Tem eleitores do Lula que não estão com Boulos. E quando questionamos por que votam no Nunes, dizem que ele arrumou a rua ou que tem vaga na creche.
Luciana Chong, diretora do Datafolha
Na avaliação de Chong, prova dessa divisão menos nítida entre o eleitorado no pleito municipal é a segunda opção de voto.
Quando questionados em quem votariam se não estivessem com Boulos, 31% dos eleitores do candidato do PSOL respondem Nunes, percentual pouco abaixo dos 37% que apontam Tabata, conforme o Datafolha.
A recíproca é verdadeira.
Quando questionados em quem votariam se não estivessem com Nunes, 22% dos eleitores do candidato do MDB respondem Boulos, praticamente os mesmos 21% daqueles que apontam Marçal e que apontam Tabata.
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Quero receberSempre bom ressaltar que pesquisas são um retrato do atual momento da disputa e que faltam duas semanas para a eleição.
Chong acredita que a diferença entre os resultados das pesquisas é consequência da metodologia - presencial no caso do Datafolha, Quaest e outras, enquanto a Atlas faz tudo online. Roman discorda.
A ver qual é o tamanho da polarização em São Paulo depois do primeiro turno da eleição. No segundo turno, a depender dos candidatos, esse acirramento entre direita e esquerda pode aumentar.
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