Assessor de Marçal sobre soco: 'Veio uma fúria, não pensei em mais nada'
Nahuel Medina, assessor de Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, diz que "sentiu uma fúria muito grande" e "não pensou em mais nada" antes de atingir o marqueteiro Duda Lima com um soco.
"Veio uma fúria em mim, uma raiva tão grande. Não pensei em mais nada. Fui o Datena da vez. Me senti provocado. Só que tem uma diferença. Eu fui agredido. Ele arrancou meu celular", afirmou à coluna.
Em sua primeira entrevista após o soco no marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), ele conta a sua versão do episódio. Diz que o marqueteiro estava rindo da cara dele, arrancou seu celular e empurrou o peito dele.
Afirma que errou, que tem "vergonha" de Duda Lima e que não vai aos próximos debates, apesar de a Justiça ter negado a medida protetiva solicitada pelo publicitário.
A campanha de Nunes pediu reconsideração e argumentou que o publicitário teve um descolamento do vítreo, substância gelatinosa dentro do olho.
"Duda Lima começou a chamar Pablo de tchutchuca do PCC e eu comecei a filmar e disse, olha só como esses marqueteiros agem. Nesse momento, ele olhou para atrás, viu o celular na minha mão, deu uma risadinha, deu um soco no meu celular, jogando no chão, e empurrou o meu peito. E ficou rindo da minha cara. Todos ficaram rindo de mim", diz Medina.
Eu não pensei em mais nada. Dei o soco nele e fui andando para trás, porque não ia esperar outro. Eu não queria brigar, mas agi por impulso. Nunca bati em ninguém. Nunca agredi ninguém.
Nahuel Medina, assessor de Pablo Marçal (PRTB)
Segundo Medina, Marçal e a equipe desaprovaram sua atitude numa reunião logo após o ocorrido, porque avaliaram que ele havia prejudicado a campanha. Ele diz que estratégia do candidato do PRTB agora é reduzir a agressividade. Na pesquisa Datafolha divulgada hoje, a rejeição de Marçal atingiu 48%.
Medina nega que o soco tenha sido premeditado. "Não teve nenhuma estratégia para gerar o caos. Não podemos mais passar essa imagem agressiva", diz.
Na versão dele, é a equipe do prefeito que tenta fazer com que "Marçal perca a cabeça". Segundo ele, apoiadores de Nunes também chamaram o candidato do PRTB de "tchutchuca do PCC" na chegada do debate no Flow.
Questionado sobre o bate-boca entre Marçal e Nunes ainda no início do evento, Medina afirma que foi Duda Lima quem provocou Marçal. "Duda chamou o Pablo de tchutchuca. Disse que ele estava roubando o apelido que ele criou. Por isso ele e o prefeito começaram a discutir."
Não vou mais em nenhum debate. Tenho vergonha de ver o Duda, porque o agredi. Nunca bati em ninguém. Vou deixar essa poeira baixar. As pessoas da minha equipe podem me substituir. Não faço essa função de assessorar o Pablo na hora do debate.
Nahuel Medina
TV Cultura
Medina falou também sobre o vídeo em que aparece falando agressivamente após o debate da TV Cultura, quando Marçal tomou uma cadeirada de Datena.
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Quero receber"A segunda cadeirada bateu em cheio na costela do Pablo. Ele estava com dor. Nós saímos do elevador em direção à ambulância e tinha um cara xingando ele de filho da p*. Eu tomei as dores e fui para cima. Como o cara estava xingando o Pablo se ele tinha acabado de tomar uma cadeirada? Daí o cara me filmou. Mas eu não o agredi", disse.
Pagamento à empresa
Medina admite ter recebido R$ 230 mil da campanha de Marçal para fazer vídeos, mas nega ser sócio do empresário. Ele diz que o dinheiro foi pago a sua empresa pessoal, Medina Maker, fundada em 2018.
Ele diz que chegou a sugerir a Marçal, ainda antes da campanha, criar uma empresa de filmes, chamada Marshall Filmes. E Marçal falou sobre isso num evento no dia em que conversaram, mas a iniciativa nunca saiu do papel.
"No dia que eu sugeri isso, ele estava em um evento, me chamou no palco e falou: nós viramos sócios, abrimos uma empresa. Só que nunca demos o próximo passo, nunca assinou nenhum papel, fechou cliente. Essa empresa nunca existiu. Quando falamos sobre isso, logo veio a tragédia no Rio Grande do Sul e o foco já era outro", afirmou.
Proximidade com Marçal
Medina tem 26 anos, é uruguaio, mas tem visto permanente. Ele trabalhava em Goiânia e fazia campanhas políticas para prefeitos no interior de Goiás e de Mato Grosso, além de vídeos para empresas do agronegócio. Conheceu Marçal em um dos cursos de formação emocional do empresário, conseguiu atrair sua atenção com um vídeo que havia feito e o acompanha há cinco meses.
"Eu vim para São Paulo para esse curso do Pablo e nunca mais voltei para Goiânia. Vim só com uma mala de roupa, deixei meu escritório e minha casa. Só estive lá depois junto com ele numa agenda", afirmou.
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