Raquel Landim

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Opinião

Boulos e Marçal são incoerentes ao fazer sabatina após calúnia sobre drogas

Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) estão sendo oportunistas e incoerentes ao tentar tirar um último naco um do outro com uma "entrevista" às vésperas do segundo turno das eleições.

Candidato derrotado no primeiro turno, Marçal lançou um "desafio" que apenas Boulos aceitou e Ricardo Nunes (MDB) recusou. A data ainda não está confirmada.

Na liderança das pesquisas de intenção de voto, o prefeito joga parado pela reeleição e vem recusando convites para debates e entrevistas de jornalistas profissionais, sem muito respeito ao enfrentamento democrático.

O candidato do PSOL afirmou que topou porque não foge do diálogo com ninguém.

Só que durante toda a campanha seus aliados e auxiliares de campanha diziam que Marçal deveria ter sido retirado dos debates e sabatinas porque tumultuava a democracia com agressões e fake news.

O ex-coach inventou que Boulos cheirava cocaína, chegou a divulgar um atestado médico falso, o chamava de "Boules" para disseminar a mentira de que ele implantaria linguagem neutra nas escolas.

Os veículos de comunicação fizeram a opção de manter Marçal porque ele representava a vontade de uma parcela importante dos eleitores e, efetivamente, recebeu 1,7 milhão de votos.

Só que, no segundo turno, o ex-coach foi arrancado da urna pela vontade da maioria que fez outras opções. E agora responde a processos na Justiça Eleitoral e corre o risco de ficar inelegível.

O que Boulos quer, na verdade, é a audiência que Marçal consegue atrair. Mesmo sendo o candidato do governo federal, Boulos vai se submeter à "lacração" na esperança de virar os votos dos jovens que buscam alguém "antissistema".

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O deputado do PSOL parece se esquecer de que é jovem e tem um futuro pela frente, além da eleição paulistana.

O movimento do ex-coach também não faz nenhum sentido diante dos "valores" que ele diz defender.

Marçal afirma que convidou ambos os candidatos e que vai "apertá-los" nas entrevistas, porque seu eleitor "exige uma posição".

E acrescenta que vai fazer isso com "respeito" - algo que não demonstrou durante a campanha inteira.

Ele sabia que Nunes recusaria e que, portanto, daria espaço para Boulos em suas redes.

Em busca de holofotes para si, abriu uma brecha para um candidato que a direita diz abominar.

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Só que de Marçal ninguém espera mesmo coerência, só oportunismo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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