Dono da Cosan cobra Campos Neto por juro alto e diz que investimento travou
O empresário Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, cobrou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo recente aumento da taxa de juros no Brasil. A conversa foi presenciada pela coluna durante o Lide Brazil Conference, fórum realizado por UOL, Folha de S.Paulo e Lide em Londres nesta terça-feira (29).
Ometto conversou com Campos Netto ao cumprimentá-lo após o fim do painel sobre moeda digital. Ele disse ao presidente do BC que, na sua avaliação, não fazia sentido continuar subindo os juros. O empresário argumentou que os juros altos estão inibindo os investimentos e que, por conta disso, o país corre o risco de um efeito reverso. A lógica de Ometto é que menos investimento reduz a oferta de produtos e gera mais inflação.
Campos Neto respondeu que não acredita nessa hipótese e que o crédito estava fluindo e garantindo os investimentos. Ele se colocou à disposição do empresário para uma conversa mais aprofundada.
Ometto tem uma fortuna estimada em R$ 8,03 bilhões pela revista Forbes. Engenheiro civil, em meados da década de 1980 entrou no negócio de produção de açúcar e etanol da família para expandi-lo. Atualmente, a Cosan vale R$ 22,6 bilhões na Bolsa de Valores brasileira e tem participações na Raízen — que produz combustíveis renováveis e controla a rede de postos Shell —, na companhia ferroviária e de logística Rumo e na mineradora Vale, entre outras empresas.
Juros em alta
Em setembro deste ano, o BC iniciou um novo ciclo de alta de taxa de juros. A decisão foi unânime.
Para o Copom (Comitê de Política Monetária) as expectativas de inflação estão desancoradas, o mercado de trabalho resiliente e a economia brasileira vem crescendo em ritmo acima do esperado.
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