SP: Prefeitura romperá contrato só com uma empresa suspeita de elo com PCC
A prefeitura de São Paulo vai cassar o contrato da empresa de ônibus Transwolff e manter o da Upbus, apurou a coluna. Ambas estão sendo investigadas por envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo fontes que acompanham o processo de perto, foram encontradas uma série de irregularidades administrativas na Transwolff, como alto endividamento bancário e anomalias nas locações dos ônibus feitas diretamente por pessoas físicas.
As irregularidades vão ser determinantes para a abertura do processo de caducidade, que deve ocorrer em dezembro. É o primeiro passo para a extinção do contrato e a abertura de uma nova licitação. Procurada, a empresa informou que não pode se manifestar porque está sob intervenção.
Já no caso da Upbus, não foram verificados problemas administrativos, o que dificulta a cassação do contrato. Por isso, o processo de caducidade não será iniciado neste momento.
A prefeitura de São Paulo, no entanto, ainda não desistiu, porque há muitas evidências de envolvimento da companha com o crime organizado.
A Upbus é uma sociedade anônima e existem 13 sócios sendo investigados pelo Ministério Público. Se as apurações avançarem, pode ser possível decretar a caducidade pela área criminal, mas o processo é mais lento, explica uma fonte.
Na última quinta-feira (7), a prefeitura de São Paulo notificou a Transwolff e a Upbus e concedeu um prazo de 15 dias para apresentarem sua defesa e comprovarem se tem capacidade de gestão para continuarem a ser concessionárias.
Ambas as companhias estão sob intervenção desde abril, quando foi deflagrada a Operação Fim da Linha, que investiga se essas empresas são utilizadas para lavar dinheiro para o PCC.
Na época, a polícia prendeu 4 pessoas, incluindo dirigentes de Transwolff e Upbus, e realizou 52 mandatos de busca e apreensão.
A cassação do contrato da Transwolff é um sinal político importante para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que vem sendo cobrado a dar uma resposta sobre o assunto.
A empresa teria ligações com o vereador Milton Leite (União Brasil), que o apoiou durante a campanha. A empresa contratou um contador ligado a Leite para participar de uma licitação.
A Transwolff opera 1.200 ônibus em São Paulo, enquanto a Upbus tem mais de 100. Em manifestações públicas, a prefeitura vem garantido que vai manter o serviço operando mesmo se houver rompimento de contrato e nova licitação.
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