TJ pune perito acusado de mentir em acidente que matou filho de Alckmin
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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu afastar o perito Hélio Rodrigues Ramacciotti, acusado de mentir em seu laudo sobre a queda do helicóptero que matou Thomaz Alckmin, filho caçula do ex-governador Geraldo Alckmin, em abril de 2015.
De acordo com o Ministério Público, Ramacciotti, que é perito do Instituto de Criminalística de São Paulo desde 1995, inseriu informações falsas no laudo, o que teria alterado os rumos da investigação sobre as causas do acidente.
Por conta de suas afirmações, diz a Promotoria, funcionários de uma empresa de manutenção foram indiciados indevidamente pela polícia. Investigações posteriores apontaram, no entanto, que as falhas não eram de responsabilidade do setor de manutenção.
O perito disse em seu laudo, por exemplo, que o painel das chaves Trim Feel não foi significativamente danificado e que as chaves próximas estavam em posição adequada. A requisitar as imagens, o Ministério Público diz ter constatado justamente o contrário. O painel estava danificado, sim, e as chaves não estavam em posição adequada para o voo.
Teria feito também uma simulação em modelo diferente do helicóptero acidentado, bem como mencionado o resultado de exames laboratoriais dos quais ele não realizou.
Além de Thomaz, de 31 anos, morreram o piloto Carlos Gonçalves, 53 e os mecânicos Paulo Moraes, 42, Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34. O helicóptero, que estava em fase de testes e revisão, caiu sobre uma residência de condomínio em Carapicuíba (SP).
Thomaz trabalhava como piloto de helicóptero na rede de farmácias Farma Conde, de São José dos Campos (SP). Na ocasião do acidente, o filho do ex-governador voava como passageiro, a convite de tripulantes em aeronave de outra empresa. Tinha duas filhas, uma de dez anos e outra com apenas um mês.
O desembargador Marcelo Gordo, relator do processo, disse que a suspensão do perito de suas funções é necessária, pois os fatos relatados pelo Ministério Público deixam suspeitas sobre a sua isenção para realizar novas perícias.
Perito pode recorrer da decisão
O mérito das acusações não foi julgado. Caso seja condenado, além da perda da função pública, o perito pode sofrer uma pena de dois a quatro anos de prisão.
À Justiça, o perito negou que tenha mentido e afirma que os pontos considerados como falsos pelo Ministério Público não alterariam o resultado conclusivo do laudo.
Ramacciotti afirmou também que os laudos utilizados pelo Ministério Público para se contrapor ao seu trabalho foram realizados com base em material já manuseados, fora dos padrões de preservação exigidos pela perícia criminal.
Ele pode recorrer da decisão que o afastou do cargo.
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