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Rogério Gentile

REPORTAGEM

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Justiça condena humorista Léo Lins por piada sobre mulher trans

Léo Lins vestido de mulher - Reprodução/ Instagram
Léo Lins vestido de mulher Imagem: Reprodução/ Instagram

Colunista do UOL

15/02/2021 09h40

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A Justiça de São Paulo condenou o humorista Léo Lins a pagar uma indenização de R$ 15 mil por ter feito piadas com uma mulher transgênero.

Em setembro de 2018, Léo Lins gravou um vídeo para divulgar um show na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo. No início da gravação, ele compara a história da cidade com a da cabeleireira Whitney Martins de Oliveira.

"O povoamento da região só começou em 1652 com a chegada de Antônio Afonso, fundador de Nossa Senhora da Conceição da Parayba, que cresceu e virou Jacareí", disse. "Assim como Jurandir, que cresceu e virou Babalu", referindo-se ao antigo nome e ao apelido de Whitney.

No final do vídeo, Léo volta a citar Whitney, sugerindo que sua imagem fosse incluída no brasão da cidade. A foto dela foi exibida nas duas ocasiões.

Whitney disse à Justiça que o vídeo reforça o preconceito que sempre sofreu. Afirmou que a gravação lhe causa vergonha e que tem medo do comportamento das pessoas, "pois sabe o tipo de reação" que piadas assim podem desencadear.

Léo Lins disse à Justiça que não fez "juízo depreciativo". "Ela alega que foram feitas menções homofóbicas no vídeo, mas isso não é verdade", afirmou. "Dizer que uma pessoa mudou de nome não pode ser considerado uma menção homofóbica, tampouco é homofobia sugerir que uma pessoa figure no brasão da cidade."

Na sentença em que condenou o humorista, a juíza Mariana Sperb afirma que, mesmo não tendo havido uma discriminação homofóbica textual, Léo valeu-se da condição de transgênero para fazer chacota. "O conteúdo do vídeo a tratou com zombaria e deboche", afirmou.

Além disso, a juíza considerou que o humorista não poderia ter utilizado a imagem de Whitney sem a sua autorização em um vídeo que divulgava um evento com finalidades comerciais.

Cabe recurso à decisão.