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Investidor desiste de construir túnel e boulevard na região da Paulista
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A associação São Paulo Capital da Diversidade avisou a Prefeitura de São Paulo que desistiu de construir um túnel de 100 metros de extensão na região da Paulista.
Projetado para a rua São Carlos do Pinhal, o túnel possibilitaria a criação de um boulevard arborizado ligando a avenida Paulista à entrada do complexo de luxo Cidade Matarazzo por meio de um calçadão na alameda das Flores.
O Cidade Matarazzo, erguido pelo grupo Allard, tem um custo previsto de R$ 2 bilhões e será formado por um shopping center, um hotel, além de imóveis comerciais e residenciais. Ocupará o terreno do antigo hospital Humberto I, que faliu nos anos 90. O projeto, que inclui uma torre de 22 andares do renomado arquiteto francês Jean Nouvel, dá um novo uso para as edificações históricas e tombadas do hospital, ícone da arquitetura neoclássica de São Paulo.
O túnel, segundo acordo de cooperação feito com a gestão Bruno Covas, seria pago pela associação, fundada pelo empresário Alexandre Allard, do grupo responsável pelo Complexo Matarazzo.
Com um custo estimado de R$ 130 milhões, a obra, no entanto, estava proibida por uma liminar judicial desde dezembro de 2019. A liminar havia sido concedida pela Justiça em um processo aberto por duas associações de moradores, a Amacon (Consolação e adjacências) e Amorbela (Bela Vista e Bixiga).
As entidades argumentaram que o túnel seria prejudicial aos imóveis vizinhos e que fora aprovado pela prefeitura em desacordo com a legislação, favorecendo "escandalosamente" um empreendimento privado, o Cidade Matarazzo.
A prefeitura havia dito à Justiça considerar que a obra era de grande interesse público e que passara por intensa análise de todos os órgãos e departamentos competentes. Ao anunciar o acordo, Covas disse que o projeto era "uma doação para a cidade", destacando que o boulevard melhoraria muito a região.
Ao fazer a defesa da proposta, a associação dizia que o túnel seria bom para o tráfego e que o boulevard seria "um espaço de convivência e lazer com acesso irrestrito a toda a população paulistana".
Em ofícios enviados à prefeitura e à Justiça na semana passada, no entanto, a associação declarou que, após quase um ano e meio da vigência da liminar, não tem mais como aguardar pelo julgamento final do processo.
"Após cinco anos de trabalho e investimentos num projeto que beneficiaria toda a população de São Paulo, sem custos ao erário, a SPCD recentemente foi obrigada a dar início formal ao processo de rescisão", afirmou a associação. "Perdem todos, infelizmente".
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