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Justiça penhora imóvel do sertanejo Hudson por dívida de R$ 9 milhões
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A Justiça paulista determinou a penhora de um imóvel do cantor sertanejo Hudson, da dupla Edson e Hudson, em um processo movido pelo ex-empresário da dupla, Wagner Mendes da Cunha, que cobra uma dívida dos cantores calculada em cerca de R$ 9 milhões.
O imóvel, um terreno de 24.200 metros quadrados, fica em Limeira, no interior de São Paulo, e é vizinho à residência do cantor.
A ordem de penhora foi dada pelo juiz Guilherme Silveira Teixeira em maio e confirmada no início de agosto.
A dívida de R$ 9 milhões, contestada pelo cantor, refere-se a uma multa, acrescida de juros, pelo descumprimento de um contrato assinado pelos sertanejos com o empresário em 2009.
Hudson se defendeu na Justiça afirmando que o imóvel não pode ser penhorado, pois faz parte da sua residência e é utilizado pela sua família com a finalidade de criar animais e plantar alimentos "para sustento próprio". Além disso, uma casa no terreno estaria sendo reformada para a sua mãe morar.
O juiz não aceitou a argumentação. Disse que o terreno é um imóvel vizinho da residência e afirmou que a alegação é uma tentativa de "forjar" uma situação. Declarou também que, ainda que exista no local "uma singela atividade rural de subsistência, por certo não se destina ao sustento do executado, cantor de renome."
Hudson apresentou novo recurso à Justiça, mas ainda não houve decisão.
Em junho, a coluna noticiou que o cantor já havia sido alvo de uma decisão na qual a Justiça determinara, no mesmo processo, a penhora de bens da sua casa.
Para cumprir a ordem de penhora, o oficial de Justiça se utilizou de força policial. Três carros da polícia foram enviados ao condomínio do cantor.
Em representação enviada à Justiça, os advogados de Hudson disseram que houve abuso de autoridade. A defesa destacou que uso da força policial havia sido autorizado apenas em caso de "estrita necessidade", ou seja, se houvesse algum tipo de resistência à penhora.
"A penhora se transformou em uma operação policial, em verdadeiro ato de terrorismo, inclusive com ameaças feitas aos colaboradores da portaria, que apenas realizavam seus serviços diários", reclamou a defesa de Hudson.
De acordo com o cantor, um policial chegou a tirar a arma da cintura quando o porteiro interfonou para a residência do cantor, a fim de lhe avisar sobre a presença do oficial de Justiça. O porteiro também teria sido proibido de registrar o rosto e a identidade dos policiais.
Na casa, segundo a defesa, estavam apenas os filhos de Hudson, um amigo e o jardineiro. Durante a ação, de acordo com a reclamação apresentada à Justiça pelo cantor, "filmaram, gravaram toda a propriedade, abriram gavetas, ligaram computadores, fuçaram e desorganizaram locais íntimos da família".
"O que vimos foi um grande abuso de autoridade, pois o agente público, infelizmente, desviou-se da finalidade almejada e cometeu muitos abusos em seus atos", afirmou a defesa, que pede a realização de uma apuração sobre os fatos.
A representação ainda não foi analisada pela Justiça.
Em relação à dívida com o antigo empresário, o cantor afirma que o contrato foi assinado em uma época em que estava "impedido de gerir os atos da vida civil", "internado compulsoriamente" em razão de dependência química.
Disse que o assinou "sem qualquer conhecimento a respeito do teor das cláusulas".
O cantor afirmou no documento que "é notória" a sua dependência química, de "drogas e álcool, especialmente na época da assinatura do contrato".
O contrato também foi assinado por Edson, irmão e parceiro de Hudson.
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