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Sobrinho de Bolsonaro admite uso de arma, mas diz que não tentou matar a ex
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Orestes Bolsonaro Campos, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro, disse à Justiça que não tentou matar a ex-mulher Valéria Santos Oliveira e o seu atual namorado, Valmir de Oliveira Júnior.
Orestinho, como é conhecido, de 41 anos, foi denunciado pelo Ministério Público e, por decisão da Justiça, será julgado por um júri popular em data ainda não definida.
De acordo com a acusação, em outubro de 2020, na cidade de Barra do Turvo, no Vale do Ribeira, o sobrinho do presidente entrou "sorrateiramente" de madrugada na casa da ex-mulher, com quem viveu por cerca de 17 anos e tem dois filhos, e passou a desferir golpes de madeira em Valmir, que dormia com a namorada no sofá.
Valéria, então, sempre segundo a denúncia, conseguiu segurar os braços do ex-marido. "O denunciado [Orestes Bolsonaro] sacou o seu revólver e, nesse momento, Valmir entrou em luta corporal com ele, permitindo que Valéria pegasse seu filho de colo e saísse de casa para chamar a polícia", afirmou o promotor João Otávio Ricupero à Justiça.
"Durante a briga, Orestes ainda quebrou um copo de vidro na cabeça de Valmir, realizou um disparo de arma de fogo que não atingiu o ofendido por erro de pontaria, bem como mordeu-o no braço, mas Valmir conseguiu se evadir quando o denunciado caiu no chão", disse o promotor na denúncia. "O delito somente não se consumou porque a vítima Valmir, mesmo ferida, conseguiu fugir."
Segundo o promotor, Orestes tratava a ex-esposa "de forma possessiva, não aceitando que ela iniciasse novo relacionamento amoroso, ainda que já estivessem separados há vários meses".
Na defesa apresentada à Justiça, Orestes Bolsonaro declarou ser "uma pessoa exemplar", admitiu estar armado, mas disse que não apontou o revólver para sua ex-mulher e que em nenhum momento teve a intenção de tentar matá-la.
Em relação ao namorado da ex-mulher, ele afirmou que "não houve uma tentativa de homicídio, mas uma briga". Disse que às sextas-feiras sempre vai à casa de Valéria, pois é o dia combinado para ficar com os filhos.
Ele disse que possuía a chave do imóvel e, ao entrar na casa, viu uma pessoa que não reconheceu. Eles, então, entraram em luta corporal. Segundo ele, nesse momento, a arma que carregava no bolso de sua calça de moletom caiu, os dois se abaixaram para pegá-la e, assim, houve o disparo. "Não houve qualquer dolo, foi legítima defesa," afirmou seu advogado à Justiça.
"A hipotética vítima saiu correndo e Orestes, praticante de tiro desportivo, apesar de sua habilidade e com tempo hábil, não disparou, uma vez que tinha cessado a briga e a agressão por parte da vítima", declarou a defesa.
Orestinho disse que tem autorização legal para possuir arma de fogo. Afirmou que a estava carreando, pois pretendia guardá-la.
O sobrinho do presidente apresentou uma petição à Justiça pedindo a sua absolvição sumária e a anulação da decisão que encaminhou o caso para o júri popular. No documento, ele reclama do fato de não ter sido realizada uma reconstituição simulada dos fatos.
"É inaceitável que em um Estado Democrático de Direito alguém seja denunciado, preso, condenado sem saber o porquê!"
O pedido ainda não foi analisado.
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