Topo

Rogério Gentile

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Justiça de SP rejeita alegação de pobreza de Saul Klein

Saul Klein entre duas jovens durante evento em sua mansão, em foto que consta de inquérito - Reprodução
Saul Klein entre duas jovens durante evento em sua mansão, em foto que consta de inquérito Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

16/05/2023 10h36Atualizada em 16/05/2023 14h16

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Justiça de São Paulo rejeitou a alegação de pobreza do empresário Saul Klein, filho de Samuel Klein (1923-2014), o fundador das Casas Bahia.

O empresário fez a alegação de pobreza ao solicitar os benefícios da Justiça gratuita a fim de não pagar as custas e demais despesas de um processo que move contra seus antigos advogados.

Klein disse "estar passando por dificuldades financeiras". Afirmou que suas contas bancárias estão "há tempos com saldos negativos" e que o pagamento das despesas prejudicaria o seu sustento pessoal.

Por conta do alto valor do processo (R$ 7,5 milhões), as custas iniciais são da ordem dos R$ 75 mil.

A juíza Ana Laura Correa Rodrigues rejeitou o pedido afirmando que o empresário não apresentou documentos que comprovem a sua situação de pobreza. Disse também que a concessão indevida do benefício "subtrai receita dos cofres públicos, em prejuízo da sociedade".

Klein ainda pode recorrer.

No final do ano passado, o Ministério Público do Trabalho processou Klein, acusando-o de cometer "tráfico de pessoas para a submissão a condições análogas a de escravo, com trabalhos de natureza sexual". A Promotoria pede uma indenização de R$ 80 milhões.

A defesa de Klein disse à época que ele nunca cometeu crime algum, e que é "vítima de um esquema de extorsão por meio do qual os responsáveis se utilizaram de diversos meios ilícitos para atingirem seus objetivos, dentre eles a falsificação de documentos."

Seus advogados disseram que ele é um "sugar daddy", termo que descreve homens que têm o fetiche de sustentar financeiramente mulheres jovens em troca de sexo.

Em 2020, Philip Klein, filho de Saul, pediu à Justiça a interdição do pai sob a alegação de que ele estaria dilapidando seu patrimônio de forma "acelerada e inconsequente".

Disse que o pai possuía uma fortuna de R$ 1,5 bilhão, mas que, para sua surpresa, ao se lançar candidato a vice-prefeito na cidade de São Caetano naquele mesmo ano, declarou à Justiça eleitoral possuir R$ 61 milhões.

A Justiça chegou determinar que o empresário passasse por uma perícia psicológica, mas o filho desistiu do processo, afirmando que o pai havia prometido parar de dilapidar o patrimônio da família.