Em ação, Antônio Carlos Zago diz ser pobre, mas Justiça rejeita
O desembargador Ernani Desco Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo, rejeitou uma declaração de pobreza feita pelo ex-jogador Antônio Carlos Zago, hoje treinador de futebol.
Zago, que atuou nos quatro grandes clubes de São Paulo (Palmeiras, Santos, Corinthians e São Paulo), bem como na seleção brasileira, fez a declaração de pobreza em uma disputa judicial conta o seu ex-procurador João Carlos Assef.
"Sou pessoa pobre", escreveu Zago em petição na qual pretendia obter o direito à Justiça gratuita a fim de não pagar as custas e demais despesas do processo. O ex-atleta disse que sua situação econômica não possibilita que ele pague os valores "sem comprometer o sustento de sua família".
O desembargador afirmou que a alegação de pobreza carece "de verossimilhança, citando ser Zago um bem-sucedido ex-jogador e técnico de futebol" (ele foi demitido do Coritiba em junho), "cujas remunerações na elite são imensamente superiores à média da população brasileira".
O magistrado citou também que a declaração de imposto de renda do ex-atleta feita em 2017 mostra que ele possuía 11 imóveis em seu nome, motocicleta e automóvel, sendo sócio de duas empresas e residindo em condomínio residencial de luxo.
"Os benefícios da assistência judiciária gratuita devem ser concedidos a quem deles realmente necessite", declarou no processo.
Ele solicitou que Zago provasse sua condição econômica mostrando suas declarações recentes, assim como seus extratos bancários dos últimos seis meses, mas nada foi apresentado.
O ex-atleta afirmou que suas últimas remunerações foram alvo de penhoras em razão de outros processos nos quais ele é cobrado por supostas dívidas.
Disse também que seu ex-procurador, que havia sido contratado entre 2014 e 2016 para administrar seus bens, deixou um "rombo em seu patrimônio pessoal", assim como uma série de dívidas.
Zago declarou que "tinha tudo para ter um patrimônio consolidado, em razão da sua carreira no futebol, porém confiou em pessoas erradas e está pagando preço por isso".
O ex-procurador João Carlos Assef, que cobra na Justiça uma dívida de cerca de R$ 6 milhões de Zago, afirmou no processo que o ex-atleta lança uma "cortina de fumaça", atacando sua integridade moral e profissional, e que as declarações beiram o ridículo.
Disse que chegou a pagar inúmeras dívidas de Zago do seu próprio bolso.
O ex-procurador teve sentença favorável em primeira instância, mas Zago recorreu. Em razão dos valores em disputa, as custas para a apresentação do recurso são estimadas em R$ 240 mil. Se não fizer o pagamento em um prazo estipulado pela Justiça, o recurso poderá ser considerado extinto.
Zago apresentou uma nova petição, solicitando que as custas sejam pagas ao final do processo.
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