Delcidio é condenado em 2ª instância a indenizar Lula por Lava-Jato
O ex-senador Delcídio do Amaral, um dos delatores da Operação Lava-Jato, foi condenado em segunda instância a indenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por danos morais.
Os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo determinaram que o ex-senador pague R$ 10 mil por considerar que ele fez falsas acusações ao dizer, em 2016, que Lula tentara obstruir a Justiça, interferindo no processo de delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.
O valor ainda será atualizado por juros e correção monetária.
Delcídio, que era do PT à época, havia dito que Lula pedira a ele para "segurar" a delação premiada de Cerveró, mas a Justiça considerou que ele não conseguiu comprovar o pedido de interferência.
"Ao contrário do que sustenta Delcídio, na ação penal mencionada o magistrado reconheceu que não houve a prática de crime de obstrução de justiça por parte de Lula, que foi absolvido ante o deficiente conjunto probatório e a falta de credibilidade do testemunho do ex-senador", afirmou na decisão o desembargador José Rubens Queiroz Gomes, relator do processo no TJ.
Lula queria R$ 1,5 milhão de indenização. Afirmou que a acusação era "ofensiva" e "mentirosa".
O ex-senador ainda pode recorrer.
Ele disse no processo que não mentiu e não falseou a verdade, tendo sido "prudente e corajoso". "Apenas revelou-se um fato", declarou.
Afirmou que Lula, ao processá-lo, tentava intimidá-lo. "A intenção é clara: constranger e intimidar a todos que se opõe ao seu projeto de poder."
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