Escola é condenada por dizer que peitos tornaram ex-repórter do BBB famosa
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A Justiça paulista condenou uma escola de inglês a pagar uma indenização de R$ 50 mil à apresentadora Nyvi Estephan por danos morais.
Nyvi é uma premiada apresentadora de games e esportes eletrônicos e foi repórter do programa Big Brother Brasil de 2020, da Globo. Também atuou na cobertura do Rock in Rio 2019 na mesma emissora.
Em outubro de 2023, uma campanha publicitária da escola de inglês Beway Idiomas, de Santa Catarina, insinuou que Nyvi ficou famosa apenas por causa da sua aparência.
Após exibir a imagem de Nyvi, a peça publicitária dizia: "Seus peitos só te levam até certo ponto. Depois você precisa se garantir na pronúncia. Faça Beway e fale inglês sem medo".
Na ação aberta contra a escola, a apresentadora disse que sua imagem foi utilizada sem autorização em uma campanha que a insultou e a difamou.
"A campanha tem um tom extremamente inadequado e machista, dando a entender que a autora [do processo] só tem o prestígio que tem em razão dos seus peitos. Essa forma horrenda de publicidade afeta todas as mulheres", afirmou à Justiça o advogado Thalles Santos, que a representa.
O processo cita que o sócio fundador da empresa, Jonas Bressan, ainda fez um comentário nas redes sociais dizendo que a pessoa que elaborou a publicidade merecia um aumento.
Beway se eximiu de culpa pela propaganda
A Beway declarou na defesa apresentada à Justiça não ter responsabilidade sobre a propaganda "realizada por terceiros", e que nem mesmo a divulgou em suas redes sociais
A escola afirmou que a propaganda foi divulgada apenas nos perfis do autor da peça publicitária. "O vídeo em questão, muito embora contenha a utilização da imagem e de um link que remeta ao curso da Beway, em momento algum foi veiculado por qualquer perfil oficial da empresa ou de seus sócios", declarou a escola no processo.
"O mero comentário à publicação do vídeo por parte do sócio da empresa não configura, por si só, responsabilidade pelas ações", disse a escola à Justiça.
A Beway perdeu em primeira instância em junho de 2024, recorreu, e foi novamente condenada pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, embora tenha conseguido reduzir a indenização de R$ 150 mil para R$ 50 mil.
Relator do processo, o desembargador Márcio Boscaro disse em decisão de 16 de abril que é "incontroversa" a responsabilidade da escola sobre a produção e veiculação do vídeo, ressaltando que a "honra da apresentadora foi vilipendiada, com a sugestão que seu sucesso profissional advém exclusivamente de sua aparência física, e não de suas capacidades intelectuais e comunicativas".
A escola ainda pode apresentar novo recurso.
19 comentários
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Leandro Resende Rangel
Qual a fundamentação para a redução do valor da indenização a 1/3 do valor inicial? Essas indenizações irrisórias para as empresas no Brasil, são um estímulo para novas situações como essas!!!
Tiago Jerã Nimo Alves
Só podia ser do Sul.... o pior do brasil
Edson Junior
Tarcinico e Ricoardo Nunes unidos para destruir as escolas. Professoras e Professores da Prefeitura de São Paulo em greve há duas semanas por melhores condições de trabalho!