Rogério Gentile

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Cristian, ex-Corinthians, prova golpe, e Justiça anula dívida de R$ 10 mi

A Justiça paulista anulou uma dívida estimada em mais de R$ 10 milhões do ex-jogador Cristian Mark, campeão brasileiro pelo Corinthians, por considerar que ele foi vítima de um golpe.

Cristian, de 40 anos, era alvo desde 2020 de um processo de cobrança aberto pelo empresário Luiz Carlos Vaz. Na ação, ele apresentou um termo de confissão de dívida assinado em 2016 por uma procuradora de Cristian, Natália Baroni, sua cunhada.

O ex-jogador disse à Justiça que o termo de confissão de dívida é uma fraude, pois ele nunca teve qualquer relação com o empresário. "Houve a simulação de um negócio", afirmou no processo o advogado Luciano Santos Silva, que o representa.

Cristian contou que, em 2009, ao ser contratado pelo Fenerbahçe, da Turquia, assinou procurações para que a cunhada (Natália) e o sogro, o ex-jogador Baroninho (Palmeiras e Flamengo), administrassem seus bens no Brasil. Ele disse, no entanto, que as procurações davam a eles poderes específicos, de modo que nunca poderiam ter reconhecido dívidas em seu nome.

Na sentença de 13 de novembro, em que anulou a dívida, o juiz Marcelo Moreira afirmou ter ficado provado que o ex-atleta não sabia do tal termo de confissão de dívida. Ele citou o depoimento de Natália Baroni, a cunhada, no qual ela declarou ter sido levada ao cartório pelo seu então marido, Fábio Martins, que dissera que ela precisava assinar um documento.

Natália disse no depoimento que não sabia do que se tratava o documento, e que o assinou sem ler, acreditando se tratar de algo referente a uma empresa do então marido. Disse ainda que Fábio, de quem se separou em 2018, havia se apropriado de vários talões de cheque de Cristian.

O juiz disse na sentença que o negócio foi simulado.

O empresário ainda pode recorrer da decisão.

Na defesa apresentada à Justiça, ele afirmou que o negócio é perfeitamente válido, que preencheu todos os requisitos legais e que a procuração dada a Natália é um documento que lhe deu "plenos poderes".

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"As testemunhas demonstraram que Cristian sempre delegou para terceiros a gerência de seu patrimônio e investimentos, pois morava fora do país na época dos negócios celebrados", declarou.

Segundo ele, as alegações de Cristian são "fantasiosas". Não houve nenhuma ilicitude, declarou.

A coluna não conseguiu localizar Fábio Martins.

Cristian busca ainda reaver outros valores que teriam sido desviados por meio de saques, cheques, transferências e empréstimos bancários feitos em seu nome e sem o seu conhecimento.

O prejuízo total, de acordo com um laudo pericial realizado em 2019, seria de R$ 26,6 milhões.

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