Ao abrir guerra contra Rodrigo Maia, Paulo Guedes assinou sentença de morte
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Não sou historiador, por isso peço socorro aos especialistas. Mas não me lembro de nenhum ministro da Economia, na história do Brasil, que tenha sobrevivido no cargo em guerra contra o presidente da Câmara.
Pois é. Ontem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se queixou de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu proibir os membros de sua equipe de negociar qualquer coisa com o Congresso.
Hoje, Maia foi mais explícito. Em entrevista ao SBT, disse que Guedes simplesmente não gosta dele (assista abaixo; crédito do vídeo: SBT News)
O último ministro da área econômica em guerra com um presidente da Câmara, de que me lembro, tentou evitar a briga o tempo inteiro. Mas mesmo assim teve que deixar o cargo.
Tratava-se de Joaquim Levy, o ministro da Fazenda da petista Dilma Rousseff.
E olha que Levy nunca professou o ideário petista. É um liberal de carteirinha. E o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), também se dizia liberal.
Mas Cunha — de triste memória— na verdade não queria saber de liberalismo ou intervencionismo estatal. O negócio dele, digamos, eram negócios... Portanto, também não queria saber se o ministro estava disposto ou não a brigar.
Cunha queria mesmo era desestabilizar o governo. Para isso, Levy era uma pedra no seu sapato, e o então chefão da Câmara abriu guerra. Pronto. Levy teve que sair.
Não é o caso de Rodrigo Maia. O atual presidente da Câmara não quer para si a marca de Cunha, de quem deseja o poder em detrimento do país. Portanto, não queria guerra com Paulo Guedes.
Mas o ministro anda numa fase, digamos, meio paranoica. Enxerga uma grande armação contra sua permanência no cargo. Acha que Maia, o coordenador político do governo, general Luiz Eduardo Ramos, e o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, estão armando um complô.
O resultado é que ele ficou mesmo enfraquecido. Até porque seu receituário não anda dando certo. E Guedes resolveu, então, atirar.
O problema é que criou uma situação de difícil retorno.
A forma mais educada com que Rodrigo Maia tem se referido ao mandatário da área econômica é chamando- de "um idiota".
Preparem seus corações. Vem muito fogo por aí.
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