Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Toffoli nada tinha a fazer no ato político de Bolsonaro com Musk. Ou tinha?
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A Constituição garante a todo o cidadão o direito de ir e vir, inclusive ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli.
Mas a Constituição também não impede que qualquer cidadão se pergunte: o que Dias Toffoli tinha a fazer num ato da campanha pela reeleição do presidente da República com um megaempresário interessado em explorar negócios na Amazônia?
Pior, Elon Musk está prestes a se tornar o dono do Twitter. Ele defende uma abertura ampla da rede, com risco de torná-la o paraíso das fake news. Não à toa a possível compra do Twitter por Musk foi saudada por Bolsonaro, no evento, como "um sopro de esperança".
Esperança de quê?
Aliás, não é à toa que Bolsonaro tem atacado seguidamente outro ministro do STF, Alexandre de Moraes, que comanda as investigações na justiça sobre a onda de fake news nas redes sociais.
Mas a Constituição também não impede o ministro do STF de ser ingênuo, e não considerar o evento promovido por Bolsonaro como um ato político-eleitoral. Assim como não impede os ministros nem mesmo de desejar participar de atos políticos.
Mas digamos que não é conveniente.
A presença de Toffoli no ato pode injetar na cabeça das pessoas a impressão de que o ministro tenha algum interesse especial em se aproximar de Musk. Ou de Bolsonaro. Ou de ambos.
Afinal, a Constituição não impede ninguém de pensar e o ministro Dias Toffoli é um defensor da Constituição. Livre pensar, é só pensar...
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