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Tales Faria

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Agressão a Vera Magalhães deixa Bolsonaro mais ansioso pelo Datafolha

Colunista do UOL

15/09/2022 10h49

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe insistem em declarar publicamente que não se guiam pelas pesquisas, muito menos pelo Datafolha e pelo Ipec (antigo Ibope). Mas acordaram nesta quinta-feira mais ansiosos do que nunca sobre o novo levantamento nacional que o Datafolha divulgará à noite.

Pesquisas qualitativas apontaram ontem à equipe de campanha pela reeleição do presidente que a agressão do deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos-SP) contra a jornalista Vera Magalhães tem potencial para produzir um estrago na reta final da eleição. Há temor até quanto às consequências jurídicas.

Garcia partiu para cima da jornalista ao final do debate entre os candidatos a governador de São Paulo, realizado pelo UOL em parceira com a Folha de S.Paulo e a TV Cultura, nesta terça-feira, 13.

O Datafolha começou o levantamento desta semana no dia 12 e terminou ontem, devendo aferir, portanto, o início da repercussão do debate, especialmente em São Paulo.

Dados mais consolidados sobre a repercussão, no entanto, devem ser aferidos pela pesquisa que o Ipec divulgará na segunda-feira, 19.

Aliados de Bolsonaro estão irritados com Douglas Garcia. A ordem agora entre os assessores do presidente é instruir os eleitores de que gestos como os do deputado, em vez de ajudar, podem atrapalhar bastante o presidente.

Agressões promovidas por bolsonaristas às vésperas da eleição tendem a espantar o eleitor mais moderado e podem levar os que estavam decididos por Ciro Gomes (PDT) e demais candidatos da chamada terceira via a optar pelo voto útil no primeiro colocado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O voto útil é a principal preocupação, nesta reta final, tanto na campanha de Lula como na de Bolsonaro. Os dois lados querem conquistar eleitores dos demais candidatos. No caso de Lula, para tentar liquidar a eleição no primeiro turno. No caso dos bolsonaristas, para garantir o segundo turno, quando ainda têm esperanças de uma virada.