Deputados pedem a cassação de Douglas Garcia por quebra de decoro
Pelo menos três deputados estaduais acionaram hoje o Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) pedindo a cassação de Douglas Garcia (Republicanos) por quebra de decoro parlamentar após ele tentar intimidar a jornalista Vera Magalhães. O caso aconteceu ontem depois do debate realizado pelo UOL em parceira com a Folha de S.Paulo e a TV Cultura.
Um dos pedidos contra Garcia, candidato este ano a deputado federal, foi apresentado pelo deputado estadual Emidio de Souza (PT) na manhã de hoje. O documento, ao qual UOL obteve acesso, ressalta que "o caso merece, evidentemente, apuração pela quebra de decoro parlamentar levada à prática pelo representado [Douglas Garcia]".
"Competindo, assim, a este colendo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar afirmar sua repulsa ao ocorrido; respeito à imprensa; solidariedade à jornalista agredida; e, da mesma forma, respeito às mulheres que se viram aviltadas em sua dignidade pela atitude do parlamentar, nos termos e conformes dos procedimentos adrede especificados", concluiu o parlamentar.
Na peça, Emidio de Souza cita o texto do colunista do UOL Leonardo Sakamoto, que escreveu sobre a necessidade de perda de mandato de Garcia, apoiador do candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Douglas Garcia "premeditou ataque". Outro pedido de cassação foi protocolado pela deputada Monica da Mandata Ativista (PSOL). Na ação, ela diz que Garcia planejou o ataque.
"Destacamos que o deputado Douglas Garcia premeditou os ataques à jornalista, sendo que às 21h19 fez um Tweet questionando se ela compareceria ao debate", escreveu Monica.
Não obstante, precisamos demarcar a violência de gênero existente no caso. O Deputado Douglas Garcia é conhecido por atacar mulheres, sejam elas cisgênero ou transgênero, sendo que já ameaçou até de "tirar a tapas" do banheiro a Deputada Erica Malunguinho.
Monica da Mandata Ativista (PSOL)
Misoginia. A deputada Isa Penna (PCdoB) foi outra a protocolar um pedido de cassação contra Douglas. No documento, a parlamentar também observou "assédio no exercício da profissão onde as mulheres não são enxergadas e respeitadas no devido cumprimento do dever profissional."
"Assim, valendo-se de método repugnante à que pertence a violência de gênero e por meio de falas completamente reprováveis por todos, inclusive colegas de partido, o Parlamentar visou inibir e constranger uma mulher que estava no exercício de sua profissão", acrescentou.
Conselho diz que dará andamento. A deputada Maria Lucia Amary (PSDB), presidente do Conselho de Ética da Alesp, confirmou que recebeu as representações contra Douglas Garcia e que ele será notificado.
"Como mulher, repudio veementemente este tipo de comportamento e me solidarizo com a jornalista Vera Magalhães, que estava no exercício do seu trabalho", escrevei Amary em suas redes sociais.
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