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Governo teme o favorito de Arthur Lira para presidir a CPI mista do golpe
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Exceto o comando petista na Câmara — que está afinado com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) —, os demais integrantes da articulação política do governo no Congresso não veem com bons olhos a escolha do deputado Arthur Maia (União-BA) para presidir a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
Maia é hoje o favorito do presidente da Câmara para o posto. Ele é conhecido em seu estado como homem da estrita confiança do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, principal adversário do PT na Bahia.
O deputado disputa a indicação contra o líder do PP, André Fufuca (MA). Este é o nome favorito do Palácio do Planalto por sua proximidade na política do estado com o ministro da Justiça e ex-governador, Flávio Dino (PSB).
Apesar de pertencer a seu partido, foi Arthur Lira quem convenceu Fufuca a anunciar publicamente que não deseja comandar as investigações da CPMI. Com isso, abrindo espaço para Arthur Maia. O anúncio surpreendeu o governo.
O comando petista da Câmara, no entanto, está defendendo junto ao Palácio do Planalto a escolha do deputado baiano. A afirmação é de que o fato de Arthur Lira ter indicado é uma garantia de apoio ao governo e não de oposição.
O PT da Câmara vê Lira como um aliado fiel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar do apoio que emprestou ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Diferentemente dos deputados, os articuladores do governo no Senado temem a força excessiva de Lira e que ele passe à oposição quando algum de seus pedidos de cargos e verbas não for atendido.
Nesse caso, a CPMI será um dos principais instrumentos de pressão contra o Planalto.
O ministro chefe das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, está pessoalmente dividido sobre o assunto. Outro ministro importante no Planalto, por sua vez, o baiano Rui Costa, da Casa Civil, está junto com os senadores governistas quanto ao temor sobre a atuação de Lira.
O presidente Lula resolveu assumir pessoalmente as articulações para escolha dos integrantes da CPMI. Quer tentar decidir ainda neste final de semana ou, no máximo, no início da próxima semana.
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