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Torres, Mauro Cid e general Heleno deverão ir à CPI com maioria governista
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Cotados para representar os governistas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro revelaram à coluna que já têm pelo menos três nomes para convocar a depor.
São eles: o general Augusto Heleno, que foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro (PL), assim como o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Como os governistas têm maioria assegurada na composição da CPMI, já é praticamente certo que os três serão obrigados a comparecer na comissão.
O máximo que poderão fazer é invocar o direito de ficar calados. Mas a expectativa é de que seus depoimentos causem um estrago na popularidade de Bolsonaro, podendo até trazer revelações inesperadas à medida que forem pressionados pelos parlamentares.
Mauro Cid está preso desde que a Polícia Federal obteve fortes indícios de que ele fraudou o cartão de vacinação de Bolsonaro e familiares. Mas o militar será chamado à CPMI por suspeita de envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Foram detectadas mensagens trocadas entre Cid e Ailton de Barros — expulso do Exército e apontado como miliciano — em que é sugerido um plano de golpe de Estado com roteiro muito semelhante à minuta do golpe encontrada no armário do ex-ministro Anderson Torres.
Mauro Cid também atuou diretamente nas pressões sobre a Receita Federal visando liberar para posse do ex-presidente, de maneira irregular, joias presenteadas ao governo brasileiro pelo governo da Arábia Saudita.
Tudo isso faz crer aos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o depoimento de Mauro Cid poderá cair como uma bomba entre os bolsonaristas.
Também é classificado como de alto risco para Bolsonaro o depoimento do ex-ministro Anderson Torres, em cujo armário foi encontrada a chamada "minuta do golpe" com roteiro para a decretação de Estado de Defesa contra o resultado das eleições e a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Torres também é apontado como um dos responsáveis pela desarticulação do esquema de segurança da Esplanada do Ministérios no dia 8 de janeiro, quando era secretário de segurança do Distrito federal e resolveu tirar folga para viajar à Flórida, nos Estados Unidos, onde já estava o ex-presidente Bolsonaro.
Ele recebeu na prisão, neste final de semana, a visita de senadores bolsonaristas preocupados com as notícias de que estaria psicologicamente fragilizado. Há especulações de que possa acabar fazendo delação premiada. Há o temor de que, apertado por parlamentares na CPMI, acabe metendo os pé pelas mãos.
Quanto ao general Augusto Heleno, o temor dos bolsonaristas é de que ele fique excessivamente irritado ao ser provocado por parlamentares durante o depoimento e, com isso, também prejudique a imagem do governo Bolsonaro.
Por enquanto, os aliados do ex-presidente pretendem revidar com a convocação do sucessor de Augusto Heleno no comando do GSI, o general Gonçalves Dias.
A divulgação de um vídeo com o general andando pelo Palácio do Planalto durante a invasão do dia 8 de janeiro é que tornou a CPMI praticamente inevitável.
Bolsonaristas argumentam que o governo foi leniente na proteção dos prédios públicos com o objetivo de vitimizar o presidente Lula.
Eles também pretendem chamar o ministro da Justiça, Flávio Dino, a quem também acusam de ter presenciado o quebra-quebra na Praça dos Três Poderes sem ter reagido.
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