Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Bomba em Brasília: Governistas miram terrorista condenado por crime comum
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O colunista do UOL Tales Faria afirmou, durante o programa Análise da Notícia desta quarta-feira, 21, que o governo pretende "virar o jogo" na CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.
Após avaliação negativa na inquisição contra o ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques, governistas vão com tudo contra George Washington de Oliveira Sousa, terrorista que colocou uma bomba em um caminhão carregado de querosene próximo à pista do aeroporto de Brasília, no dia 24 de dezembro do ano passado.
Vasques deu um banho em governistas. A avaliação de técnicos que auxiliam nas investigações e de senadores governistas é que o ex-diretor da PRF se saiu melhor que os governistas e os fez parecerem despreparados durante a CPMI. Afirmaram que o governo parece não ter se interessado muito pela CPMI e não municiou técnicos e senadores de informações e estratégias.
STF não colaborou. Além de suposta falta de interesse do governo, senadores avaliam que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) também não ajudou com a liberação de dados. A percepção é que Moraes está achando que vai pegar algum "peixe grande" e não quer dividir informações com a CPMI para não atrapalhar as investigações.
Governo não sabe como lidar com a CPMI. O governo parece não estar querendo que a CPMI se torne um grande assunto e se contenta em "pegar" dois ou três grandes nomes do bolsonarismo — ou até mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ideia é que o caso não se estenda por muito tempo, pois não há convicção na estratégia que deve ser utilizada.
Desconfiança de Bolsonaro. Senadores governistas desconfiam que Bolsonaro não acreditava que a cúpula do Exército e da PF (Polícia Federal) fossem ajudar em uma eventual tentativa de golpe. Por isso, o ex-presidente se aliou a forças alternativas como a PRF e o comando de operações especiais do Exército, que é mais preparada para, por exemplo, operações de sabotagem.
Governistas querem se redimir. Após a inquisição de Silvinei Vasques, governistas admitem que foram mal e querem virar o jogo interrogando George Washington de Oliveira Sousa. Eles enxergam o terrorista como menos preparado do que o ex-diretor da PRF.
Integrantes da CPMI desconfiam que o governo Bolsonaro tentou abafar o caso. Isso porque o caso de George Washington foi encaminhado para a Polícia Civil, mesmo após ele ter confessado que montou a bomba utilizada no ataque no acampamento bolsonarista em frente ao quartel em Brasília e assumido o ato de terrorismo. O caso foi tratado como um crime comum. George Washington foi condenado por expor pessoas a perigo de vida, integridade física e patrimônio e pegou nove anos e 4 meses de prisão.
Governistas se veem mais preparados. Além de acharem que George Washington é menos preparado do Silvinei Vasques, governistas estarão mais preparados e também vão convocar o ex-diretor da PRF para depor novamente.
***
O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.