Irritado, Lula reclama que escândalo do arroz abre brecha para oposição
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está muito irritado com a descoberta de uma provável tentativa de fraude no leilão para importação de 263,7 mil toneladas arroz promovido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O leilão serviria para suprir perdas na safra, provocadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Entre as empresas vencedoras, havia sorveterias e locadoras de máquinas.
Por determinação do presidente, o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, pediu demissão na manhã desta terça-feira (11).
Em reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, Lula considerou o leilão "um escândalo", que fere o núcleo de seu governo ao abrir espaço para denúncias de corrupção e para o centrão voltar a cobrar uma reforma ministerial.
De fato, no Congresso, a oposição já começou a afirmar que há outros casos de corrupção no governo que ainda serão revelados. O centrão, comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a pressionar por antecipação da reforma ministerial.
Lira quer indicar um ministro para coordenar a articulação política dentro do Palácio do Planalto. Ele pretende antecipar a reforma ministerial prevista para o final do ano, a fim de usar como moeda de troca por votos para seu escolhido na sucessão como presidente da Câmara.
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