Até as paredes de Gilmar Mendes falam de Moro
Quando o senador Sergio Moro (UB-PR) foi ao gabinete do ministro Gilmar Mendes, no Supremo Tribunal Federal, apelar pra não ser cassado, em abril, até as paredes falaram como o encontro era constrangedor.
A sala de espera é repleta de charges que retratam o ex-juiz da Lava Jato e o ex-procurador da operação Deltan Dallagnol.
Uma das charges foi colocada logo depois do encontro. Nela, Moro e Dallagnol são retratados com corpo de raposa cercados por galinhas que ciscam notas de dinheiro. No desenho, Moro comenta: "E aí ele disse que nós roubávamos galinhas juntos...". Deltan responde: "Mas de onde ele tirou uma ideia dessas?".
A charge é de Renato Aroeira para o site "Brasil247", inspirada no relato do encontro feito pelo colunista Guilherme Amado, no site "Metrópoles". Gilmar Mendes disse a Moro no encontro em seu gabinete em abril que ele e Dallagnol "roubavam galinha juntos".
Nesta última terça-feira (4), a Primeira Turma do Supremo tornou Moro réu por calúnia contra Gilmar Mendes. O senador foi flagrado numa roda de conversa em 2022 falando mal do ministro. "Não, isso é fiança, instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes", escutou-se Moro dizer.
A Primeira Turma do STF, da qual Gilmar Mendes não faz parte, decidiu por unanimidade abrir ação penal contra o senador.
Outras charges mais antigas zombam da Lava Jato no gabinete do ministro.
Há uma em que Gilmar aponta uma arma de água para Deltan e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que tentam se defender com as mãos. "No Supremo Gilmar Mendes lava a jato, com humor, a própria honra", anotou à mão e a lápis o cartunista Chico Caruso, colaborador do jornal "O Globo".
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