Nunes enfrenta maré revolta na reta final com esboço de onda pró-Marçal
Desempenho irregular em debates, a ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o apelo de Pablo Marçal (PRTB) deixam o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em posição desconfortável na reta final da eleição municipal de São Paulo.
Nesta quinta-feira (3) a rede Globo fará o último debate antes do primeiro turno, no domingo (6).
No debate de segunda-feira do UOL e Folha de S.Paulo, Nunes perdeu algo entre um e dois pontos em intenção de votos, segundo sua própria campanha, ao cair nas provocações de Marçal relativas ao boletim de ocorrência registrado pela mulher do prefeito por agressão. Regina Nunes depois recuou da acusação, mas desde o começo da corrida eleitoral Nunes se desestabiliza quando questionado sobre o caso.
Parte da equipe do prefeito já se conformou com suas limitações para lidar com o assunto e diz que ele recuperou o terreno perdido desde segunda. Mas uma má performance na Globo pode acentuar a tendência de ascensão de Marçal observada por outras campanhas.
Desde sexta-feira passada, Marçal esboça uma subida em sondagens internas. O candidato se fia ainda no voto envergonhado de eleitores que gostam do seu perfil, mas não assumem isso publicamente.
A partir de sexta-feira (4) acaba o horário eleitoral do qual Nunes se beneficia por ter o maior tempo de televisão. Nos últimos três dias antes do primeiro turno, as redes sociais serão a principal arena em disputa e lá Marçal é o candidato com maior presença.
Nunes lida ainda com outra falta importante de sua campanha, a de Bolsonaro. O ex-presidente foi à convenção que oficializou a candidatura, no início de agosto, e não voltou mais, nem mesmo gravou pro programa eleitoral.
Com isso, o voto bolsonarista mais ideológico fixou-se sobretudo em Marçal, segundo admite a campanha do prefeito.
Nunes tenta compensar a ausência de Bolsonaro com a presença intensificada do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em agendas de rua e nos programas de TV. Na sexta-feira, eles devem ir à zona sul e, no sábado, à zona leste.
Assessores do prefeito apostam na transferência de voto de Guilherme Boulos (PSOL) para Nunes na periferia motivada pelo que consideram ser a falta de engajamento do PT na campanha do aliado. Eles identificam que parte dos eleitores que aprovam a gestão de Nunes não decidiu votar nele para a reeleição e ainda pode ser conquistada.
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