Para Bolsonaro, questão ambiental virou guerra, e o governo "vai para cima"
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O presidente Jair Bolsonaro está convencido de que há uma guerra aberta contra ele.
Para o ex-capitão, a esquerda decidiu usar a questão ambiental para desgastar o seu governo. Para isso, se vale da "mídia" e de ONGs que, acredita, não estão interessadas em contribuir, mas apenas apontar-lhe o dedo.
Sendo assim, o governo seguirá falando cada vez mais grosso.
Na avaliação do Palácio, a tentativa de adotar um discurso "diplomático" fracassou.
O Conselho da Amazônia, presidido pelo vice-presidente Hamilton Mourão, foi criado para ser a face engajada do governo e mostrar que o Brasil estava disposto ao diálogo, diz um assessor presidencial.
"Mas é como israelenses e palestinos: inútil dialogar se o outro lado só quer confronto", afirma o assessor. "Se é assim, vamos para cima. Não é a Greta que vai definir a política ambiental brasileira", afirmou, em referência à adolescente sueca que virou símbolo da causa da preservação ambiental.
Ontem, o general Augusto Heleno, chefe do GSI, tuitou que a campanha "Defund Bolsonaro" (Desfinancie Bolsonaro) seria obra da Articulação dos Povos Indígenas. A ONG, presidida por uma "militante do PSOL e ligada ao ator Leonardo Di Caprio", atuaria "24 horas por dia para manchar a imagem" do Brasil no exterior".
Os tuítes do general dão o tom reinante no Palácio.
Para os próximos dias, a estratégia será a de manter o discurso de acirramento. Ao mesmo tempo, o governo irá deslocar ministros menos associados ao ideário bolsonarista — como Teresa Cristina, da Agricultura— para reforçar a narrativa de que não está agindo contra o meio ambiente, mas a favor do agronegócio.
Se a tentativa não trouxer os resultados que o Palácio espera, o próximo passo será "falar diretamente para a população", por meio de lives, redes sociais e campanhas publicitárias.
Enganou-se quem pensou que Bolsonaro sucumbiria à razão.
Confrontado, o presidente não baixa o tom — grita sempre mais alto.
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