Como será a vida do brasileiro na crise econômica
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Que pouca coisa será como antes já se sabe.
Mas, até agora, sabe-se pouco sobre o que irá mudar.
Algumas das escassas certezas sobre como será a vida na crise econômica do pós-pandemia vêm dos hábitos de consumo.
Com a redução do valor do auxílio emergencial e a inflação dos alimentos, lazer e serviços serão os setores mais afetados. Jovens reduzirão a frequência das baladas e dos passeios ao shopping. Famílias visitarão menos seus parentes, mulheres diminuirão as idas ao salão de beleza e muita gente deixará de lado as compras de roupas e sapatos novos. À mesa, o cardápio dos mais pobres já mudou: 20% dos brasileiros trocaram o arroz por outro produto, sendo o mais frequente o macarrão. Os dados são da pesquisa Exame, feita pelo instituto Ideia Big Data e divulgada hoje.
O trabalho mostra ainda que também diminuiu a boa vontade da população para com o governo Bolsonaro- e aqui o mau-humor está concentrado nas mulheres, sobretudo as que recebem até um salário mínimo.
De forma geral, as percepções do brasileiro são de que: o custo de vida tem subido mais que a inflação que vem sendo divulgada, o preço dos alimentos continuará aumentando, e a responsabilidade pela situação é culpa, sobretudo, do governo federal.
Pesquisa anterior do instituto, de duas semanas atrás, já havia apontado um aumento do público que avalia o governo Bolsonaro como "regular".
O dado é importante porque equivale a um aumento de "indecisos".
Os que classificam o governo como "ótimo" ou "bom" tendem a manter a sua posição, assim como os que o consideram "ruim" ou "péssimo".
Já a turma do "regular" é a que mais se "movimenta" --para cima ou para baixo.
E a pesquisa divulgada hoje mostra que ela está se movimentando para baixo, na direção de uma avaliação negativa do governo: "ruim" e "péssimo" subiram cinco pontos percentuais, enquanto "ótimo" e "bom" oscilaram três pontos para baixo.
Paulo Guedes já disse que o Brasil fará uma "aterrissagem suave" nesta fase pós-auxílio emergencial.
As perspectivas de subida da inflação e do desemprego, porém, cujo maior impacto se dá no segmento de baixa renda, não autorizam o otimismo do ministro. Tanto na economia quanto na popularidade do governo, o que se avista é um céu turvo e muito solavanco pela frente.
Foram os brasileiros mais pobres que puxaram a popularidade de Bolsonaro para cima. Agora, são eles que podem fazê-la despencar.
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