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O apequenamento de Damares, feita dama-de-companhia de Michelle Bolsonaro
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"Tem algum impedimento na lei?", perguntou a ministra Damares Alves à reportagem do jornal O Globo.
Ontem, o jornal revelou que a ministra usou um jatinho da FAB para dar carona a sete parentes da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, além da própria, num voo de 21 de agosto de Brasília para São Paulo, onde à noite, todos se divertiram na festa de aniversário do influenciador digital Agustin Fernandez, amigo e maquiador de Michelle.
O voo foi solicitado por Damares com a justificativa de levar a ministra a um evento do Pátria Voluntária, programa social coordenado pela primeira-dama. Segundo Damares, todos os parentes de Michelle Bolsonaro, e também seu maquiador — que na volta juntou-se à turma no jatinho para viajar a Brasília— eram "voluntários" do programa social.
Damares Alves, advogada e pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular, de denominação pentecostal, chegou ao governo brandindo o dedo indicador para dizer que menina veste rosa e menino veste azul, mas também para fincar pé em defesa dos indígenas e das mulheres pobres, pautas mais dela do que do governo.
Em pouco tempo, no entanto, viu-se envolvida no lamaçal bolsonarista, acusada por um blogueiro, cuja mulher ela empregou no ministério e depois demitiu, de ter encomendado "reportagens negativas" sobre um concorrente que ameaçava tomar seu lugar no ministério, o pastor e deputado federal pelo PL Marcos Feliciano.
Oswaldo Eustáquio, o blogueiro bolsonarista preso e solto, preso e solto sob acusação de disseminar fake news por encomenda, diz que se arrependeu de ter difamado Feliciano ao atribuir-lhe supostos desvios de conduta de ordem íntima, mas não viu nenhuma indignidade em juntar à acusação contra Damares revelações da mesma ordem sobre a ministra — mais tarde suspeita de ser a responsável pela divulgação de um dossiê apócrifo contendo fotos de Eustáquio com a camiseta do Che Guevara e insinuações de traições no casamento, sendo que na gramática bolsonarista, o primeiro "crime" nem se compara ao segundo. Tudo de uma elegância sem par.
Agora, Damares, de defensora das mulheres pobres, veste o figurino de dama de companhia da mulher do presidente.
Apequena-se, como se apequenaram, entre outros, o general Eduardo Pazuello e os ministros Paulo Guedes e Marcelo Queiroga, de forma a caber em um governo cada vez menor — uma caquistocracia liderada por um presidente nanico que se decompõe à vista pública em tal velocidade que em breve virará não mais que uma triste e viscosa poça d'água.
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