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Corpos nas ruas são "presentes" de Putin para ucranianos
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Oficialmente, a capital ucraniana Kiev foi deixada pelas tropas russas. As marcas da tragédia humanitária e material são visíveis. Estão por todas as partes.
No subúrbio de Bucha, desocupado pelos russos, foram encontradas fossas coletivas de civis mortos. Pelas ruas, muitos corpos insepultos.
Ao sair de Kiev, o presidente russo Vladimir Putin quis deixar um "presente" com o fim de os ucranianos, ainda vivos, nunca esqueceram da sua ferocidade.
Debaixo de corpos das vítimas foram escondidas minas explosivas. De se acrescentar os riscos derivados das carcaças de bombas que não explodiram e que, tocadas, o aparelho detonador pode desemperrar e voltar a funcionar.
Como escreveu hoje o respeitado editorialista Maurizio Molinari, que se baseou nas informações repassadas pelos correspondentes de guerra do jornal italiano La Repubblica, até em canetas esferográficas e aparelhos celulares espalhados foram colocados explosivos.
As autoridades ucranianas estão alertando a população para as minas. Andar pelas ruas e procurar por vítimas em escombros pode ser fatal, em face das minas espalhadas.
As forças bélicas russas, num redesenho e pelo projetado por especialistas europeus em análises geoestratégicas, irão garantir o domínio secessionista da região de Donbass.
E o domínio da região ucraniana de Donbass, a incluir a destruída Mariupol, irá significar o absoluto controle russo do mar de Azov. De um lado do mar de Azov está a Rússia. Na outra margem, o controle também é russo vai de Taganrov à Criméia, já apossada em 2014.
Nessa região a maioria populacional é filorussa, a língua prevalente é a russa (russofonia) e os prefeitos e dirigentes das cidades são pró-russos. Isso, por evidente, ajuda na anexação russa.
Paranoia ou propaganda de guerra, os 007 americanos da CIA e os seus equivalentes europeus acompanham a movimentação das forças russas. Pelas informações enviadas, analistas não descartam a movimentação de tropas para oeste da Ucrânia.
As tropas, especula-se, poderão penetrar na região da Transnistria, ou seja, onde estão os separatistas pró-russos da Moldávia.
Num pano rápido: a liberação de Kiev não implica, ainda, a certeza de fim da fúria de Putin, que estaria com câncer avançado da tireoide: vide minha coluna de sábado.
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