Moro não afastou investigadores dos casos Flávio Bolsonaro e Marielle
Uma mensagem que circula pelas redes sociais acusa o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) de ter afastado investigadores dos casos que envolvem o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ).
"Moro afasta promotor que investiga Flávio Bolsonaro. Agora, afasta delegado que investigou assassinos de Marielle. Entenderam?", diz o texto. Usuários que compartilham a mensagem ligam a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), pai de Flávio, aos casos.
FALSO: Moro não afastou promotor nem delegado
Apesar de tanto o promotor do caso que envolve o senador quanto o delegado que investigava o assassinato da vereadora terem sido afastados das respectivas investigações, as ações nada têm a ver com o ministro da Justiça.
Flávio é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa entre 2007 e 2018, quando exercia o mandato de deputado estadual no Rio. A investigação foi aberta após relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontar uma movimentação atípica nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Claudio Calo, primeiro promotor designado para conduzir o caso Queiroz, se afastou do caso no começo das investigações, no dia 5 de fevereiro. Ele se declarou suspeito por ter tido um encontro com o senador em novembro de 2018.
Calo afirmou que se reuniu com o senador após sua eleição para discutir propostas de projeto de lei de combate à corrupção. Além disso, ele chegou a interagir com a família Bolsonaro pelo Twitter.
Já o delegado Giniton Lages, responsável pela primeira fase da investigação sobre as mortes de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, em março do ano passado, foi afastado, mas não por Moro.
Em 13 de março, um dia após a prisão de dois homens acusados da autoria dos crimes, o governador fluminense Wilson Witzel (PSL) confirmou sua saída da segunda fase das investigações.
De acordo com Witzel, Lages foi convidado por ele para um intercâmbio de quatro meses na Itália. O afastamento para estudos no exterior é uma espécie de "prêmio" pelo trabalho realizado por quase um ano à frente da Delegacia de Homicídios da Capital, o que trouxe "exaustão" ao policial.
Não é papel de Moro
Além de não ter sido o responsável pelo afastamento dos investigadores, também não cabe diretamente ao ministro da Justiça se envolver nestas posições.
No caso do delegado, é uma decisão que compete ao Estado, sem ligação direta com a União.
Já no caso da promotoria, a decisão compete ao Ministério Público, um poder independente, que não depende do poder Executivo, ao qual o ministro faz parte.
O UOL procurou o Ministério da Justiça, mas não teve resposta até o fechamento da matéria.
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