Sabatina: Benedita erra dados sobre pobreza e desemprego em governos do PT
Hoje, a candidata Benedita da Silva (PT) foi a sexta entrevistada da série de sabatinas feitas pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo.
Durante o programa, ela falou sobre as pesquisas de intenção de voto e defendeu o legado dos governos petistas.
A Lupa checou algumas das declarações da candidata, que foi contatada, mas, até a última atualização desta reportagem, não havia respondido às perguntas. Veja como foi:
Nós tivemos mais de 36 milhões de pessoas que saíram da miséria absoluta, que não comiam.
Benedita da Silva (PT), candidata à Prefeitura do Rio de Janeiro, na sabatina
Falso
De acordo com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Brasil tinha 23,9 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza em 2002, último ano antes dos governos petistas.
Após um aumento em 2003, esse número passou a cair ano a ano até 2014, quando 8,2 milhões de pessoas estavam nessa situação. Ou seja, a redução foi de 15,7 milhões, e não de 36 milhões —menos da metade da variação citada pela candidata.
Por esse conceito de "extrema pobreza", são considerados os indivíduos com renda insuficiente para consumir uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias para suprir uma pessoa de forma adequada, com base em recomendações da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Foram mais de 25 milhões de empregos de carteira assinada [durante o governo PT].
Benedita da Silva (PT) na sabatina
Exagerado
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) mostram que, entre janeiro de 2003 e abril de 2016, o saldo de empregos não chegou a 25 milhões.
Segundo o Caged, que considera somente vagas de emprego com carteira de trabalho assinada, entre 2003 e abril de 2016, foram criados 14,1 milhões de empregos.
No final de 2014, o saldo estava em 16 milhões, mas as perdas de postos de trabalho no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) reduziram esse número.
Já a Rais mostra que houve um aumento de 19,4 milhões de vagas de empregos formais no Brasil de 2002 a 2016. No final de 2002, quando Lula venceu as eleições presidenciais, o país contava com 28,7 milhões de vagas formais. Já em 2015, último ano completo de Dilma no poder, eram 48,1 milhões. Ao contrário do Caged, a Rais inclui também empregos públicos.
Nós estamos num empate [em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto].
Benedita da Silva (PT) na sabatina
Verdadeiro, mas
Considerando as últimas pesquisas registradas de intenção de voto, feitas pelos institutos Paraná Pesquisas, Ibope e Datafolha e publicadas nas últimas duas semanas, Benedita aparece em empate técnico com Marcelo Crivella (Republicanos) e Martha Rocha (PDT). Contudo, Benedita aparece atrás, numericamente, de seus dois adversários.
A maior diferença, de cerca de seis pontos percentuais, aparece no levantamento do Paraná Pesquisas, publicado nesta terça-feira (3). Benedita aparece com 8,2% das intenções de voto, contra 14,1% de Crivella e 14% de Martha. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na pesquisa Ibope, de 30 de outubro, Crivella e Martha aparecem com 14%, contra 9% de Benedita, ou seja, a diferença está dentro da margem de erro, de três pontos. Já a pesquisa Datafolha é um pouco mais antiga, divulgada no dia 23 de outubro, e mostra uma diferença menor: Crivella e Martha com 13% e Benedita com 10%.
O empate técnico ocorre quando a diferença de percentual de intenção de votos entre os candidatos está dentro da margem de erro da pesquisa.
Considerando que Benedita tem 10% das intenções na pesquisa de intenção de voto do Datafolha, por exemplo, e a margem é de três pontos percentuais para mais ou para menos, isso significa que a intenção de voto real da candidata pode estar entre 7% e 13%.
Nunca fui para outro partido [somente PT].
Benedita da Silva na sabatina
Verdadeiro
Benedita da Silva participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, e é filiada desde 1981, segundo o Sistema de Filiação Partidária do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em 1982, aos 40 anos, foi eleita vereadora do Rio de Janeiro e, posteriormente, foi deputada federal, senadora, vice-governadora do Estado —assumindo o cargo de governadora em 2002, após Anthony Garotinho (então no PSB) renunciar para disputar a Presidência da República.
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