Vídeo é adulterado para fazer parecer que Lula deu entrevista bêbado
Um vídeo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que circula nas redes sociais foi adulterado para fazer parecer que o político concedeu uma entrevista bêbado, o que é FALSO. A manipulação se deu pela redução da velocidade da gravação. Na versão original, disponível no Facebook do petista (veja aqui), é possível verificar que ele falava normalmente.
O vídeo adulterado aproveita uma parte da entrevista de Lula à rádio Jovem Pan de Sergipe no dia 20 de julho (veja aqui a checagem que fizemos das declarações do ex-presidente). No trecho, o petista critica as suspeitas levantadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao voto eletrônico. Como já mostramos, nunca houve registro de fraude eleitoral no Brasil desde que as urnas eletrônicas passaram a ser utilizadas.
A gravação em velocidade reduzida traz o logotipo de um canal de YouTube que apoia Bolsonaro e tem mais de 160 mil inscritos. O UOL Confere encontrou uma publicação do vídeo no dia 21 de julho, no dia seguinte à entrevista de Lula. Até o fim da tarde desta terça (3), o vídeo tinha quase 10 mil visualizações no YouTube.
Também encontramos posts com o conteúdo adulterado com centenas de compartilhamentos no Twitter e no Facebook. Uma publicação do vídeo no Twitter passou de 200 mil visualizações.
Ontem (2), em conversa com apoiadores, Bolsonaro chamou Lula de "bêbado", noticiou o Poder360.
Técnica de desinformação já foi usada contra Lula
Não é a primeira vez em que este tipo de adulteração é usado para fazer parecer que Lula estaria alcoolizado. Em março, a mesma técnica de desinformação foi usada em outro vídeo do ex-presidente, como mostraram Estadão Verifica e Lupa.
Recentes pesquisas de intenção de voto feitas pelo Datafolha e pelo Ipec (antigo Ibope Inteligência) têm mostrado Lula à frente de Bolsonaro. O presidente tem dado entrevistas se colocando como alvo de um complô, sem qualquer fundamento, no qual supostas irregularidades nas eleições teriam relação com a entrada de Lula na disputa. Depois da live em que Bolsonaro reciclou uma série de mentiras sobre o processo eleitoral, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pediu que o STF (Supremo Tribunal Federal) investigue o presidente por disseminar informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
O vídeo adulterado também foi checado por Aos Fatos, Boatos.org, Fato ou Fake e Lupa.
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