Morte de garoto em João Pessoa não tem relação com vacina da Pfizer
É falso que a morte de um adolescente de 15 anos, em João Pessoa, foi causada pela vacina da Pfizer contra covid-19. A Secretaria Estadual da Saúde da Paraíba acompanhou o caso e disse que, após investigações, foi afastada a relação entre o óbito e o imunizante. O Ministério da Saúde ratificou esta conclusão em nota enviada ao UOL Confere.
O Ministério da Saúde informa que a investigação sobre esse caso, realizada pela Secretaria da Saúde da Paraíba com acompanhamento do ministério, foi encerrada com a conclusão de que óbito não teve causalidade relacionada com as vacinas covid-19.
Ministério da Saúde em nota ao UOL Confere
O óbito aconteceu em outubro de 2021, mas os vídeos com declarações da mãe do adolescente para uma reportagem de TV voltaram a circular nas redes sociais, principalmente em grupos contrários à vacinação infantil e de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em alguns textos, não há a idade do garoto e a referência é a um menino ou uma criança.
A imunização de adolescentes contra covid-19 começou no segundo semestre do ano passado no país. Em dezembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Desde então, boatos sobre os imunizantes ganharam força nas redes e em aplicativos de mensagem.
Na semana passada, teve início a imunização do público desta faixa etária com comorbidades, indígenas e quilombolas. Ao autorizar a vacinação infantil, a Anvisa informou que, até o momento, os benefícios das vacinas superam seus eventuais riscos pós-imunização.
No Brasil, mais de 320 crianças entre os 5 e 11 anos morreram devido ao coronavírus desde o início da pandemia.
Por outro lado, aproximadamente dez mortes foram associadas à vacina até novembro do ano passado, em um universo de 325,71 milhões de doses aplicadas, segundo informou o Ministério da Saúde à Folha de S. Paulo.
Dados levantados pelo UOL mostram que as crianças de 5 anos foram as que mais faleceram pela doença, até a semana passada —nesse período, foram 65 óbitos. As informações foram retiradas do portal da transparência da Arpen-Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais).
A morte de jovens por causa do coronavírus também é maior que os óbitos associados aos imunizantes. Em 2021, o número de óbitos de pessoas que tinham entre 20 a 39 anos é equivalente 13 incêndios na boate Kiss —tragédia que matou 242 pessoas em 2013, no Rio Grande do Sul.
Na nota enviada ao Confere, o Ministério da Saúde disse que os "eventos adversos" pós-vacinação são raros e que esses casos graves, assim como óbitos, são discutidos semanalmente no Cifavi (Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos)
O comitê é formado por membros do PNI (Programa Nacional de Imunização), pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e outras entidades, além de especialistas com expertise em vacinologia e farmacovigilâncias de vacinas.
Em nota enviada à reportagem na quarta (19), a Pfizer disse que, "como já esclarecido pela Secretaria da Saúde da Paraíba e o Ministério da Saúde, as investigações sobre o caso comprovaram que o óbito não tem relação com a vacina aplicada."
79% da população apoia vacinação infantil, mas faltam doses
A imunização de crianças contra o coronavírus teve início na última sexta-feira (14), apesar da resistência do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda que 79% da população brasileira esteja de acordo com a vacinação infantil -- segundo o Datafolha --, as capitais do país não têm calendário para estender o esquema de imunizações por falta de doses.
Como apenas a vacina da Pfizer é aplicada nos pequenos, a logística de entrega pelo laboratório e a pouca quantidade de doses recebidas emperra o avanço das campanhas.
O UOL contatou todas as capitais brasileiras para saber qual é a previsão de avanço nos calendários de imunização --mas as respostas não foram animadoras, já que os estados aguardam mais vacinas. Os detalhes podem ser conferidos aqui.
A Pfizer, em nota, explicou que, com o aval da Anvisa, o contrato com o Ministério da Saúde prevê entrega no primeiro trimestre de 20 milhões de doses pediátricas.
A previsão é que, no dia 24 de janeiro, uma nova remessa de 1,818 milhão de doses seja entregue ao Ministério da Saúde pela Pfizer. A farmacêutica informou ao UOL que a possibilidade de fornecimento de novos quantitativos será definida com a pasta.
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