Publicação distorce fala de Lula sobre prisão de ex-governadores do Rio
Uma fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi retirada de contexto para dar a entender que ele estava criticando a prisão de políticos que roubam dinheiro público.
Um vídeo publicado nas redes sociais mostra um trecho de 16 segundos de um discurso de Lula. "O Rio de Janeiro não merece que governadores que governaram esse Estado, que foram eleitos democraticamente pelo povo estejam presos porque roubaram do povo brasileiro e roubaram o dinheiro do povo", diz o ex-presidente. Mas na descrição do vídeo consta a frase: "Lula indignado com as prisões de políticos só que (sic) roubaram dinheiro público".
Lula, de fato, fez a declaração em uma visita a Nova Iguaçu (RJ), em 2017. O discurso chegou a ser transmitido ao vivo nas redes sociais do ex-presidente (veja aqui). Porém, a fala — registrada aos 33m46seg do vídeo— foi feita dentro de um contexto maior.
O ex-presidente disse que estava no Estado para "para ter uma conversa muito séria sobre o Rio de Janeiro", cita investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e manifesta insatisfação em relação à situação do estado.
"E por fim ao Rio de Janeiro porque eu estou triste com o que está acontecendo com o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro não merece a crise que ele está vivendo. O Rio de Janeiro não merece que governadores que governaram esse Estado, que foram eleitos democraticamente pelo povo estejam presos porque roubaram do povo brasileiro e roubaram o dinheiro do povo. Eu nem sei se é verdade, eu nem sei se é verdade porque eu não acredito em tudo que a imprensa fala, mas é importante que haja investigação para nós saber se é verdade, se aconteceu, e se aconteceu quem roubou, seja pequeno, médio ou grande tem que estar preso porque esse país não pode apenas ter trabalhador que rouba um ovo para comer sendo preso e as pessoas que roubam milhões estão soltas por aí."
No ano anterior à declaração, dois ex-governadores do Rio de Janeiro foram presos pela Polícia Federal em menos de 24 horas: Sérgio Cabral e Anthony Garotinho.
Garotinho foi preso cinco vezes, mas acabou sendo solto e relata que foi perseguido, como declarou à Folha de S.Paulo.
Já Cabral segue preso. O político foi condenado por 22 processos criminais na Operação Lavo Jato, como corrupção, lavam de dinheiro e organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 407 anos. Em maio de 2022, uma reportagem do Fantástico revelou que ele gastou R$ 1.508 num pedido de comida árabe. Ele foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima após outros casos virem à tona.
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