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Corrupção: Bolsonaro cita 'combate para valer', mas Brasil cai em rankings

07.set.2022 - Brasil apresentou queda em ranking de corrupção internacional, diferente do que disse Bolsonaro em discurso em Brasilia no 7 de setembro - Arte/UOL
07.set.2022 - Brasil apresentou queda em ranking de corrupção internacional, diferente do que disse Bolsonaro em discurso em Brasilia no 7 de setembro Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

07/09/2022 15h11

É falso que há "combate para valer" contra a corrupção no Brasil, como disse o presidente Jair Bolsonaro (PL) em discurso durante o ato de 7 de setembro às 11 horas em Brasília. O país vem caindo em rankings internacionais sobre corrupção.

Um país que defende a vida na sua concepção, que respeita as crianças na sala de aula, que respeita a propriedade privada e que combate a corrupção para valer".
Jair Bolsonaro

Durante o mandato de Bolsonaro, o Brasil perdeu posições em rankings anticorrupção. No IPC (Índice de Percepção da Corrupção), divulgado pela ONG Transparência Internacional, o país caiu da 94ª para a 96ª posição entre 180 nações. A lista considera o 1º país como menos corrupto e o 180º, o mais.

Ainda, segundo a entidade, o quadro brasileiro foi agravado por interferências indevidas do governo federal em órgãos de combate à corrupção, pelo chamado "orçamento secreto" e por indícios de corrupção descobertos pela CPI da Covid no ano passado, como no caso da tentativa de superfaturamento na compra de vacinas.

Neste ranking o Brasil fica abaixo da média mundial, dos BRICS e da América Latina.

América Latina. Nos últimos 4 anos, o país também caiu no CCC (Índice de Capacidade de Combate à Corrupção), elaborado pela Americas Society/Council of the Americas. O último relatório, publicado em junho deste ano, mostra que o país passou para o 10º lugar em uma lista de 15 países da América Latina. No relatório anterior, de 2021, estava em 6º.

O documento aponta como recuos no combate à corrupção as tentativas do presidente de controlar órgãos de investigação e os cortes orçamentários de agências anticorrupção independentes.

Pedidos arquivados. Além da queda nos rankings anticorrupção, a PGR (Procuradoria Geral da República), inclusive, já arquivou 104 pedidos de investigação contra Bolsonaro vindos do STF (Supremo Tribunal Federal), como reportou o UOL em julho deste ano.

A pesquisa considera as petições enviadas ao STF a partir de setembro de 2019, início da atual gestão da PGR.

No período, Bolsonaro foi alvo de 151 representações no STF, sendo 131 notícias-crime (pedidos de investigação) e 20 interpelações judiciais, em geral cobrando explicações por declarações do presidente. Das 131 notícias-crime que chegaram ao Supremo, 17 foram descartadas pela própria Corte, por inadequações jurídicas. As demais se dividem entre as que Aras mandou arquivar (104) e as que ainda aguardam manifestação da PGR (10).

No Rio de Janeiro, em outro discurso do 7 de setembro, o candidato à reeleição voltou a mencionar a corrupção durante seu mandato. "O nosso governo trata com respeito, repito, três anos e meio sem corrupção. Isso não é virtude, isso é obrigação".

No discurso prévio, na Esplanada, o presidente também errou dados sobre a inflação.

Inflação.

Com a inflação despencando".
Jair Bolsonaro

É falso. O dado mais recente do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fato apresenta queda de 0,68% em comparação com o mês anterior, que foi a maior queda para o índice mensal de toda a série histórica, que começa em julho de 1994. No entanto, o Brasil permanece no topo do ranking dos países com maiores taxas de inflação entre as principais economias mundiais.

Isso porque o Brasil ainda tem uma inflação acumulada em 12 meses de 10,07%. De acordo com o Quantzed, enquanto o Brasil é o 4º país com a maior inflação do G20, os Estados Unidos está em 7º lugar, com inflação de 8,5%.

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