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É falso que Bolsonaro foi preso por ato terrorista e expulso do Exército

22.set.2022 - É falso que Bolsonaro foi expulso do Exército e preso por atos terroristas - Arte/UOL Confere sobre Reprodução Facebook
22.set.2022 - É falso que Bolsonaro foi expulso do Exército e preso por atos terroristas Imagem: Arte/UOL Confere sobre Reprodução Facebook

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL

22/09/2022 18h00

É falso que o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso por ato terrorista, o que provocou sua expulsão do Exército, como afirma uma publicação no Facebook. Bolsonaro foi, de fato, preso, mas por outro motivo e acabou absolvido.

O que diz a publicação? A postagem, do dia 19 de setembro, afirma que o presidente "foi preso por ato terrorista e expulso do Exército" antes de se dedicar à política. Outras postagens com o mesmo texto também circulam na mesma rede.

Por que é falso? Bolsonaro foi preso em 1986 por 15 dias por "ter ferido a ética, gerando clima de inquietação na organização militar" e "por ter sido indiscreto na abordagem de assuntos de caráter oficial, comprometendo a disciplina", segundo trechos de reportagem da Folha de S.Paulo de 2017, que obteve documentos do STM (Superior Tribunal Militar).

A prisão foi motivada por um artigo que ele escreveu para a revista Veja em 1986, sem consultar os seus superiores, no qual pede aumento salarial para a tropa. Na época, o STM decidiu que pelo artigo ele já havia sido punido com a prisão.

Além do artigo, o processo que investigou a conduta de Bolsonaro analisou ainda acusações da revista Veja de que Bolsonaro e outro oficial estariam elaborando um plano para explodir bombas-relógios em unidades militares do Rio de Janeiro. Entre as evidências do plano, a revista divulgou esboços atribuídos a Bolsonaro.

"Bolsonaro negou a autoria de qualquer plano de bombas e citou que dois exames grafotécnicos resultaram inconclusos. Perícia da Polícia Federal, porém, foi inequívoca ao concluir que as anotações eram dele", diz trecho da reportagem da Folha.

Por conta do plano exposto pela Veja, Bolsonaro acabou sendo condenado pelos coronéis por unanimidade. Porém, foi absolvido depois em recurso acolhido por ministros do STM (Superior Tribunal Militar), por 8 votos a 4. Por causa disso, nunca foi expulso.

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