Bolsonaro repete frase falsa atribuída a Joaquim Barbosa sobre ele
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) participou de sabatina na TV Record neste domingo (23). Na entrevista, Bolsonaro repetiu informação falsa desmentida por agências de checagem desde 2018 e pelo próprio ex-ministro do STF Joaquim Barbosa de que ele teria dito que Bolsonaro foi "o único deputado do partido que não foi buscar dinheiro na Petrobras".
O candidato do PL também afirmou que os senadores do PT votaram contra o projeto de teto do ICMS sobre os combustíveis, o que é verdade. Confira a checagem:
Tanto é que se você assistir o voto do senhor ministro que pediu pra sair do Supremo, Joaquim Barbosa, ele diz claramente lá: "O único deputado de tal partido que não foi buscar dinheiro na Petrobras foi o senhor Jair Bolsonaro".
Fala de Joaquim Barbosa: falso. Não é verdade que o ex-ministro do STF tenha dito que Jair Bolsonaro foi o único deputado do partido dele que não foi buscar dinheiro na Petrobras. No julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa dizia, na verdade, que na votação de uma sub-emenda ao projeto de lei de falências de 2003, líderes de quatro partidos que receberam propina do PT orientaram as bancadas a aprovarem a proposta. Dentre os deputados dessas legendas —PTB, PP, PL e PMDB— somente Bolsonaro votou contra o projeto. Bolsonaro era filiado ao PTB na época, partido de Roberto Jefferson.
O que disse Joaquim Barbosa? "O documento que contém a lista de votantes desse projeto demonstra que se cuidava, na verdade, da votação de uma sub-emenda substitutiva, na qual o PFL, o PSDB e o PRONA tentaram obstruir a votação. Note-se que o Sr. Antônio Carlos Magalhães Neto foi exatamente um dos que votaram pela obstrução, que acabou vencida pela maioria. Os relatórios dessa votação demonstram que vários parlamentares do Partido dos Trabalhadores também desobedeceram à orientação da liderança do Partido e do Governo e votaram contra a sub-emenda em referência. Por outro lado, os líderes dos quatro partidos cujos principais parlamentares receberam recursos em espécie do Partido dos Trabalhadores orientaram suas bancadas a aprovar o projeto, que fora encaminhado pelo Governo. Somente o Sr. Jair Bolsonaro, do PTB, votou contra a aprovação da referida lei. Todos os demais votaram no sentido orientado pelo líder do Governo e do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados. Os documentos apresentados pela Câmara demonstram, ainda, que o mencionado projeto foi aprovado com quorum próximo ao mínimo (277 Deputados votaram), tendo em vista a obstrução que eu mencionei".
A transcrição da fala do então ministro pode ser consultada aqui, e o vídeo aqui (trecho entre o minuto 36 e 38).
A alegação de que ele teria sido absolvido ou inocentado no Mensalão, repetida desde 2018, também chegou a ser desmentida pelo próprio Joaquim Barbosa em sua conta pessoal no Twitter em 27 de outubro de 2018. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro não era sequer parte no processo, por isso não poderia ser absolvido ou condenado.
"Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí", escreveu o ex-ministro.
Essa afirmação de Bolsonaro já foi checada pela Lupa e Aos Fatos.
Nós fomos em cima dos impostos, nós botamos um teto para o ICMS, não foi apenas para o imposto estadual da gasolina, foi também para a energia elétrica. O pessoal teve a redução de preços de energia elétrica. Foi para as telecomunicações, e para o transporte também. Deixo claro que quando nós votamos isso no parlamento, lá no Senado, todos os senadores do PT foram contra a redução do preço dos combustíveis. Todos.
Voto dos senadores do PT: verdade. É verdade que os senadores do PT votaram contra o projeto de teto do ICMS sobre combustíveis. Dos sete senadores petistas, todos votaram contrário à proposta. No site do PT, o partido justificou que os senadores votaram contra porque, segundo eles, o projeto não garantiria a redução de preços, retiraria dinheiro de estados e municípios e ameaçaria a manutenção de serviços essenciais. Os petistas classificaram a medida como 'eleitoreira'.
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