Interventor no DF não confirmou infiltrados entre golpistas do 8 de janeiro
É falso que o interventor federal na Segurança Pública do DF, Ricardo Cappeli, tenha admitido que havia "infiltrados" de esquerda entre os golpistas que participaram de atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro.
Publicações em redes bolsonaristas distorcem uma resposta do interventor e compartilham trecho de uma fala da repórter Luciana Verdolin, do programa Prós e Contras da Jovem Pan —de acordo com ela, Cappelli teria dito que "havia, sim, pessoas infiltradas entre os manifestantes". Em seguida, a matéria exibe a fala de Cappeli, e ele não diz isso.
No trecho da fala de Cappeli destacado no vídeo, ele relata, na verdade, que ouviu de militares que os golpistas teriam treinamento profissional.
Na entrevista coletiva, no dia 16 de janeiro, ele disse: "Com relação à presença de profissionais, esse foi um depoimento que eu ouvi de um sargento e de um outro oficial que estava no campo. O sargento, inclusive, ferido, com vários pontos na cabeça e ele declarou, ele falou: 'secretário, nós não estávamos enfrentando apenas manifestantes'. Ele falou: 'existiam homens no campo de batalha com conhecimento do terreno, com conhecimento de táticas de combate, com características profissionais. Eram homens profissionais que estavam no meio dos manifestantes'".
No mesmo dia, em entrevista ao UOL, o interventor repetiu a hipótese de atuação de profissionais considerada na investigação:
Há indícios, e a investigação está apurando, de que as pessoas que invadiram tanto a Câmara quanto o Palácio do Planalto tinham conhecimento dos locais, conheciam a planta. Isso a investigação está apurando e irá nos auxiliar a identificar essas pessoas. Ricardo Cappelli em entrevista ao UOL em 16 de janeiro de 2023
Falsos infiltrados. A tese de "infiltrados" tem sido compartilhada por bolsonaristas como uma tentativa de dissociar as imagens de destruição em Brasília do grupo de seguidores do ex-presidente. O UOL Confere já checou publicações que apontavam falsos infiltrados (leia aqui) como o sobrinho de Zeca do PT, Marcelo Heitor, o publicitário de Araraquara Fernando Brondi, e o ativista do Complexo do Alemão Raull Santiago (leia aqui).
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