Vídeo não mostra revista em presídio do Rio, mas operação no Maranhão
É falso que um vídeo mostre uma revista em dia de visita no presídio Bangu 1, do Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro, depois que o STF supostamente proibiu o procedimento.
O vídeo foi gravado no Maranhão, e o assunto ainda está em discussão no Supremo.
O UOL Confere recebeu o pedido de checagem pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o vídeo
As imagens mostram bolsas e mochilas sendo revistadas por um cão farejador e a polícia encontrando armas em uma das bolsas.
"Presídio de Bangu 1, em dia de visitação. Já que os "semi-deuses" do STF proibiram a revista para não "constranger os inocentes visitantes", a Administração do presídio usou um cão farejador. Vejam o resultado! VIRALIZEM. REPASSEM.", diz a mensagem que acompanha o vídeo.
Por que é falso
O vídeo foi gravado em uma operação da Polícia Civil do Maranhão. Em determinado momento do vídeo é possível identificar "Senarc Polícia Civil" escrito nas costas de um dos agentes. Buscando no Google por esse termo, é possível conferir que a Polícia Civil do Maranhão tem uma divisão com esse nome, que significa Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (veja aqui e aqui).
Ao UOL Confere, a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão confirmou que o vídeo foi gravado em fevereiro de 2021 durante uma operação da Polícia Civil do estado no Terminal da Ponta da Espera, em São Luís. A revista foi feita em um micro-ônibus. A passageira flagrada com armas e munições foi presa (leia aqui e aqui).
A mesma desinformação já foi checada pelo Estadão Verifica em 2021 e pela Lupa em 2022.
Revista íntima e STF
A votação no STF sobre revista em presídio diz respeito à revista íntima vexatória, não a qualquer revista, como diz a mensagem que acompanha o vídeo.
O julgamento sobre a proibição da revista íntima tinha sido suspenso em 2020 (veja aqui) e retomado em maio deste ano (aqui). O julgamento foi paralisado novamente depois que o ministro Gilmar Mendes pediu que fosse levado ao plenário presencial.
Até então, o plenário da Corte tinha formado maioria pela proibição da revista íntima com 6 votos a 3 (aqui). Mas o ministro André Mendonça afirmou que seu voto tinha sido lançado incorretamente e fez a alteração, passando o placar para 5 votos pela proibição e 4 contra (aqui), com dois votos pendentes.
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