Aumento dos casos de dengue não tem relação com vacinas da covid-19

Os casos de dengue em Toledo (PR) não subiram devido ao efeito das vacinas de covid-19 da Pfizer, como sugerem publicações nas redes sociais.

A Pfizer e o Ministério da Saúde descartaram qualquer relação do imunizante com os casos de dengue, em notas enviadas ao UOL Confere.

O que diz o post

Uma montagem mostra duas reportagens, colocadas lado a lado. Uma delas é do UOL e traz o seguinte título: "Estudo da Pfizer vai vacinar toda a população de Toledo, no Paraná, contra Covid". A outra notícia, à direita, tem como título: "Casos de dengue disparam e Toledo tem risco de epidemia".

"Então quer dizer que todos os locais onde tem vacinação (Não importa qual vacina) inicia-se surtos epidemicos de doenças? Hum", diz a legenda da postagem.

Por que é falso

Pfizer descarta relação do estudo realizado em Toledo com aumento dos casos de dengue. Em nota enviada ao UOL Confere, a empresa explica que o imunizante apenas ajuda o organismo a gerar imunidade contra a covid-19. Veja:

A vacina (contra a covid-19) não possui nenhuma relação com o vírus da dengue e seu agente transmissor, tampouco existem evidências científicas para tal associação.

Ministério da Saúde também nega possível relação dos casos de dengue com vacina da covid-19, em nota enviada ao UOL Confere. A pasta salientou ainda que faz avaliações permanentes de evidências científicas mais atuais sobre a dengue e a covid-19 no âmbito internacional e monitora o cenário epidemiológico dessas doenças no Brasil e no mundo.

O Ministério da Saúde informa que não existe qualquer estudo ou evidência que sustente a associação de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti, com as vacinas de covid-19, que aumentam a proteção e a imunidade das pessoas imunizadas para óbitos e casos graves resultantes de um eventual ataque do vírus Sars-CoV-2.

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Resultados da pesquisa em Toledo não faz qualquer referência à dengue (veja aqui).

Prefeitura de Toledo não menciona relação de vacina com aumento dos casos de dengue, conforme textos publicados em seu site (aqui, aqui e aqui).

Aumento dos casos de dengue acontece por questões climáticas. A escalada da doença tem relação com o calor excessivo combinado às chuvas intensas, efeitos associados ao fenômeno climático El Niño, segundo a OMS (link).

O conteúdo também foi checado pela Reuters (aqui).

Como é a transmissão da dengue?

No Brasil, os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito, segundo matéria de VivaBem. Quando ela pica uma pessoa infectada, ela também é infectada pelos vírus e, a partir daí, as próximas pessoas que ela picará serão também infectadas.

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Outra forma de infecção da fêmea do mosquito é hereditária: as fêmeas nascidas da fêmea infectada já nascem com o vírus e com a capacidade de contaminar.

Como prevenir

A prevenção é possível e começa evitando a procriação do seu vetor. O Aedes aegypti é um inseto urbano atraído por reservatórios de água, porque as fêmeas depositam os ovos na superfície da água limpa. Tais recipientes podem ser:

  • Latas e garrafas vazias;
  • Pneus;
  • Calhas;
  • Caixas d'água descobertas;
  • Pratos de vasos de plantas;
  • Ou qualquer outro meio capaz de armazenar água da chuva.

Outra forma de prevenção é vacinar-se. Está marcado para fevereiro de 2024 o início da campanha de vacinação contra a dengue pelo SUS.

A vacina utilizada será a Qdenga, disponível em duas doses. Ela pode ser aplicada tanto em quem já teve dengue quanto em quem nunca foi diagnosticado com a doença.

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No SUS, serão priorizadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Veja aqui os municípios que receberão a vacina.

Na rede particular, o preço da vacina varia entre R$ 300 e R$ 450 por dose. Qualquer pessoa entre 4 e 60 anos pode receber o imunizante, exceto grávidas, lactantes e imunocomprometidos.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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