Moraes não foi agredido no STF; vídeo mostra assessor parlamentar na Câmara

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, não fugiu ao ser perseguido por manifestantes dentro da Corte, ao contrário do que dizem publicações nas redes sociais.

O homem que aparece no vídeo, que não foi gravado no Supremo, é um assessor parlamentar, segundo a Câmara dos Deputados.

O pedido de checagem foi enviado por leitores do UOL Confere para o WhatsApp (11) 97684-6049.

O que diz o post

"Brasília [...] Urgente [...] Clima tenso no STF [...] Colocaram Alexandre de Moraes pra correr", diz o texto sobreposto ao vídeo, que indica a data de 16 de abril.

No vídeo, um homem corre de pessoas filmando, enquanto eles são contidos e alguém grita "segura" e "sai". Ele volta a correr e as pessoas correm atrás dele, gritando para ele parar.

Por que é falso

Vídeo não foi feito no STF. Nas filmagens, é possível identificar com facilidade que o vídeo foi feito nos corredores do Congresso Nacional, não no STF. Logo no começo, é possível ver a placa "presentes protocolares", que é um espaço na Câmara dos Deputados (aqui) que mostra presentes das delegações estrangeiras aos parlamentares.

Homem correndo não era Alexandre de Moraes. A Câmara confirmou que o incidente ocorreu no local e disse que o homem que aparece nas imagens é secretário parlamentar do deputado Carlos Jordy (PL-RJ). "O fato ocorreu em 18 de outubro de 2023 e teve início no Senado Federal. O homem de terno que está correndo é o secretário parlamentar Rodrigo Duarte Bastos, lotado no gabinete do deputado Carlos Jordy (PL-RJ)", informou a Câmara em nota.

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Tumulto foi após CPI do 8 de janeiro. O tumulto começou ao fim da CPI com a aprovação do relatório que pediu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 60 pessoas fossem responsabilizadas criminalmente pelos atos antidemocráticos em Brasília. Durante a caminhada dos parlamentares no Salão Azul do Senado Federal, Bastos passou a protestar contra os parlamentares que participavam da marcha e cobrou uma reação aos ataques terroristas do Hamas em Israel.Ele filmava e gritava que os parlamentares governistas classificam os membros do Hamas como militantes. Em filmagens feitas pelos veículos de imprensa (aqui e aqui), há vídeos mostrando que o deputado Rogério Correia (PT-MG) deu um tapa no celular de Rodrigo, fazendo com que o aparelho caísse na cabeça da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), dando início a confusão. Veja:

Servidor continua no cargo. Em consulta no site da Câmara, o nome de Rodrigo Duarte Bastos consta como um dos servidores ativos do deputado Carlos Jordy (aqui).

O conteúdo também foi checado pelo Aos Fatos (aqui).

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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