Post usa reportagem de 2016 para comparar bens dados a Bolsonaro e Lula
Uma publicação nas redes sociais usa uma reportagem de 2016 da revista IstoÉ sobre itens recebidos pela Presidência durante os governos Lula e Dilma para questionar ação da Polícia Federal. No dia 4 de julho, a PF indiciou Jair Bolsonaro pela venda de joias recebidas durante se governo.
O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
O que diz o post
A publicação reproduz a capa da revista IstoÉ de agosto de 2016 com o título "Estravio de bens da União na era PT". O conteúdo compartilhado é acompanhado do seguinte comentário: "A PF indicou Lula e Dilma? Alguém sabe me dizer?"
Por que é distorcido
A reportagem da IstoÉ é de 12 de agosto de 2016 (aqui). O texto atribui ao TCU (Tribunal de Contas da União) a constatação da ausência de 4.564 bens vinculados à Presidência em 13 anos. A revista diz ainda que 716 presentes recebidos por Lula e Dilma não foram incorporados ao patrimônio público.
Processos foram encerrados em 2020 e itens devolvidos. Ao UOL Confere, o TCU informou que o acórdão de 2016 determinou a localização de 568 bens recebidos pelo presidente Lula e 144 recebidos pela presidente Dilma. A maioria dos itens foram localizados e devolvidos. Restaram oito itens referentes ao presidente Lula que não foram encontrados, no valor de R$ 11.748,40. O valor foi recolhido em 10 parcelas de R$ 1.174,84 cada um. Sobre a presidente, Dilma ficaram faltando seis itens, que juntos custam R$ 4.873,00 (aqui). Pelo baixo valor, os itens não foram cobrados.
Caso de Bolsonaro é diferente. A Polícia Federal indiciou o ex-presidente por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro pela venda e tentativa de venda de joias recebidas durante viagens oficiais da Presidência (aqui). Na prática, ao vender os bens, Bolsonaro teria desviado patrimônio público, pois estes presentes oficiais deveriam fazer parte do acervo nacional da Presidência. A PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda precisa se manifestar sobre a conclusão da PF. Depois, cabe à Justiça decidir se o ex-presidente vira réu ou não.
Viralização. Um post com o conteúdo tinha, até esta quinta-feira (11), 19,6 mil curtidas no Instagram.
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