Mulher não foi presa por 'trocar sexo por voto'; foto é manipulada e antiga

Uma mulher não foi presa por trocar relações sexuais por voto em Goiânia, como afirmam publicações que circulam nas redes sociais. Ela também não é pré-candidata a vereadora.

A mulher foi presa por tráfico de drogas, em 2019, em Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul.

O que diz o post

A publicação mostra uma mulher loira de costas com um banner da Polícia Civil ao fundo. Sobrepostas a foto, é colocado as seguintes frases: "Pré-candidata é presa em Goiânia por trocar SEXO por voto" e "Isso é Brasil".

Por que é falso

Mulher foi presa por tráfico de drogas. Em uma busca reversa no Google (aqui), é possível encontrar uma matéria de janeiro de 2019 do Diário Gaúcho com a mesma foto (aqui). A mulher em questão se chama Amanda Frantz e foi presa por suspeita de tráfico de drogas, conforme a reportagem.

Prisão ocorreu no Rio Grande do Sul, não em Goiás. A mulher foi detida pela Polícia Civil em Capão da Canoa, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Ela havia sido presa com o companheiro em setembro de 2018, mas o casal recebeu liberdade provisória da Justiça.

Foto original foi modificada. Na imagem original, é possível ver o logo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul no banner. Porém, no post desinformativo os quadros onde estão o emblema foram substituídos. No lugar da logo da Polícia Civil do RS (veja aqui) foi colocado o emblema do órgão correlato de Goiás (veja como é aqui). É possível ver que a colagem foi feita de forma grosseira, com os quadrados desalinhados ou invadindo os espaços laterais.

19.jul.2024 - À esquerda, a foto original com o logotipo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul; à direita, foto com montagem do emblema da Polícia Civil de Goiás
19.jul.2024 - À esquerda, a foto original com o logotipo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul; à direita, foto com montagem do emblema da Polícia Civil de Goiás Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução/Diário Gáucho e Instagram

Desinformação circula desde eleições de 2020. Ao pesquisar sobre o jornal que aparece na foto (aqui), chamado de "Mais Goiás", uma checagem semelhante feita por UOL Confere em 2020 aparece nos resultados de busca (aqui). Na época, foi dito que a mulher ofereceu relações sexuais em troca de votos na cidade de Presidente Dutra, no Maranhão, o que não era verdade..

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