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Santa Maria tem vigília por mortos em incêndio na boate Kiss

Parentes de vítimas do incêndio da boate Kiss, no último domingo (27), se emocionam em vigília, na madrugada deste domingo (3), para lembrar os mortos na tragédia - Renan Antunes/UOL
Parentes de vítimas do incêndio da boate Kiss, no último domingo (27), se emocionam em vigília, na madrugada deste domingo (3), para lembrar os mortos na tragédia Imagem: Renan Antunes/UOL

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Santa Maria (RS)

03/02/2013 01h25Atualizada em 03/02/2013 04h59

Apesar do aviso de cancelamento pelas autoridades, cerca de mil pessoas se reuniram, entre a noite de sábado (2) e a madrugada deste domingo (3), em uma vigília em frente à boate Kiss, em Santa Maria (RS), para homenagear os 237 mortos no incêndio do último domingo (27).

Sobreviventes, parentes, amigos e moradores participaram do ato, fazendo orações e portando cartazes com homenagens, mas também protestos e pedidos de justiça. Pastores e padres conduziram a vigília.

No ponto alto da cerimônia, por volta das 2h30, uma salva de palmas marcou o horário exato da tragédia, que completa uma semana. Dezenas de velas foram acesas na porta da boate. Em outro momento emocionante, um grupo de jovens puxou o coro da canção “Segura na Mão de Deus”. 

Sob forte comoção, algumas pessoas desmaiaram e foram socorridas para um hospital de campanha do Exército, montado nas imediações. Ao menos uma foi levada de ambulância para um hospital da região.

"Cheiro da morte"

Andressa Alves Amaral,  18, estudante de veterinária da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), e sobrevivente da tragédia, voltou ao local pela primeira vez nesta madrugada. Ela foi uma das últimas a deixar a vigília, já perto das 3h. 

"O que mais me choca neste momento é o cheiro exalado pela boate. É o cheiro da morte. Eu o senti desde a rua de cima", afirmou.

Ela não soube descrever o cheiro, mas pôde reconhecê-lo porque inalou o gás tóxico que se despreendeu do revestimento acústico da boate --uma das causas da morte da maioria das pessoas. 

Andressa ainda está em tratamento médico por problemas pulmonares, adquiridos no incêndio: "Ainda tomo antibióticos e uso um spray recomendado pelos médicos". 

Apesar do forte esquema de policiamento, com a presença do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, nenhum incidente grave foi registrado.

Missas de sétimo dia

Mais cedo, duas missas lembraram a passagem do sétimo dia da tragédia e homenagearam a memória das vítimas. 

Ato ecumênico lembra vítimas de incêndio em Santa Maria

Em Santa Maria (RS), cerca de 3.000 pessoas lotaram o Santuário Basílica Nossa Senhora da Medianeira de Todas as Graças. A missa foi celebrada pelo bispo auxiliar de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, e pelo arcebispo de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert.

Já em Porto Alegre, foi celebrada outra missa de sétimo dia em homenagem às vítima. Mais de 400 fiéis estiveram presentes no evento, que aconteceu na Paróquia Santo Antonio, entre sobreviventes, parentes e amigos das vítimas.

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