Justiça do Rio decreta prisão preventiva de acusado de estupro em hospital
A juíza em exercício da 27ª Vara Criminal decretou nesta quarta-feira (5) a prisão preventiva do técnico de enfermagem Brivaldo Francisco Xavier Júnior, acusado de ter estuprado pelo menos duas pacientes internadas no CTI do hospital Quinta D’Or, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro.
“Os fatos narrados na denúncia, ao final, acaso provados, fazem com que se vislumbre verdadeiro ataque à paz social. No que concerne à decretação da prisão preventiva do réu, bom de ver que o tipo penal enfrentado é dotado de característica da hediondez”, assinala a magistrada.
Depois de citado judicialmente, Brivaldo tem 10 dias para responder à acusação por escrito. Ele poderá oferecer documentos, arrolar testemunhas, além de requerer assistência da Defensoria Pública ou nomear advogado para sua defesa.
Na segunda-feira (3), a delegacia responsável pelas investigações encaminhou ao Ministério Público o pedido de prisão do técnico de enfermagem para a primeira suspeita de abuso. O pedido foi feito após os policiais analisarem as imagens da câmera de segurança instalada no corredor do hospital.
O vídeo mostra toda a movimentação do suspeito, que em 12 horas entrou 20 vezes no leito da paciente. A Promotoria informou que analisa o pedido e até quinta-feira (6) vai se pronunciar sobre o pedido de prisão.
Acusações
A Polícia Civil investiga uma segunda denúncia de abuso sexual praticado supostamente pelo técnico de enfermagem que trabalhava no hospital Quinta D'Or. Uma ex-paciente da unidade, de 66 anos, diz ter sido molestada em fevereiro deste ano, durante um tratamento de câncer.
O técnico é alvo de inquérito na 17ª DP (São Cristóvão) pelo mesmo crime, que teria sido praticado no dia 9 de maio, quando uma paciente denunciou o abuso sexual durante o banho. Ela havia feito uma hepatectomia (retirada de parte do fígado).
De acordo com a chefia de investigação da delegacia, a nova vítima procurou o distrito na última segunda-feira (3), após ver as notícias sobre o abuso de maio. Ela disse que, na época, informou ao hospital sobre o caso. Segundo a denúncia, ele entrou o CTI (Central de Terapia Intensiva) e teria se esfregado na idosa.
Segundo nota do hospital, o funcionário foi afastado para que a unidade investigasse a denúncia. No entanto, durante a investigação interna, foi constatado que houve "quebra de protocolo de atendimento do hospital, que exige que dois profissionais realizem o procedimento de higiene dos pacientes".
O resultado da investigação interna resultou na demissão por justa causa do técnico. De acordo com a nota, o hospital deu suporte necessário à paciente e aos seus familiares, além de colaborar com a investigação da polícia.
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