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Metroviários de SP e RJ rejeitam paralisação nesta quinta; metrô de BH irá parar

Guilherme Balza e Rayder Bragon

Do UOL, em São Paulo e em Belo Horizonte

10/07/2013 20h30Atualizada em 10/07/2013 20h51

Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (10), os metroviários de São Paulo desistiram de paralisar amanhã (11), data da mobilização nacional convocada por centrais sindicais e movimentos sociais. Entretanto, segundo Paulo Pasin, diretor do Sindicato dos Metroviários de SP e presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários), a categoria irá participar do protesto realizado a partir de 12h na avenida Paulista.

No Rio de Janeiro, a categoria e os ferroviários também recusaram a paralisação dos trens e metrôs.

Mapa dos protestos

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De acordo com Pasin, cerca de mil trabalhadores participaram da assembleia, realizada na noite de hoje na quadra do sindicato, na zona leste da capital paulista. Após duas horas, a proposta de paralisação foi colocada em votação, mas a maioria dos presentes a rejeitou.

“Embora a diretoria tenha dito que era uma oportunidade importante por ser uma mobilização nacional e pelas pautas, a maioria decidiu não parar. Como somos democráticos, respeitamos a decisão da maioria”, afirmou Pasin.

O sindicalista disse que a liminar obtida pelo Metrô na Justiça, determinando multa diária de R$ 100 mil em caso de paralisação nos horários de pico, não pesou na decisão. Pasin, entretanto, criticou a decisão da Justiça. “É estranho a Justiça deferir liminar, sendo que estaríamos fazendo uma paralisação em favor da população."

No último dia 4, também em assembleia realizada na sede do sindicato, que reuniu cerca de 200 trabalhadores, a maioria havia aprovado indicativo de paralisação para amanhã.

Belo Horizonte

Em assembleia realizada no início da noite desta quarta no centro de Belo Horizonte, os metroviários decidiram paralisar o metrô por 24 horas amanhã, na capital mineira. De acordo com Alda Lúcia dos Santos, presidente do Sindimetro (Sindicato dos Metroviários e Conexos de Minas Gerais), a paralisação será total e não haverá escala mínima.

A CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) entrou com uma ação cautelar no TRT-3 (Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região) para que fosse garantida uma escala mínima de 50% de trens circulando nos horários de pico de amanhã. O tribunal deferiu o pedido da CBTU nesta quarta, mas a presidente do sindicato dos metroviários disse que a categoria não irá acatar a ordem da justiça.

De acordo com a decisão, o sindicato está sujeito a uma multa diária de R$ 5.000 em caso de descumprimento da determinação do tribunal.

Na última segunda-feira, a categoria já havia decidido, também em assembleia, por indicativo para cruzar os braços nesta quinta-feira. Conforme a dirigente do sindicato, uma pauta de reivindicações foi enviada à direção do metrô.

"Não queremos a estadualização nem a privatização do metrô de Belo Horizonte. Não queremos a ampliação da mão de obra terceirizada e reivindicamos mais investimentos para a ampliação e a modernização do metrô da cidade por melhores condições de trabalho", disse a dirigente.

Atualmente, de acordo com a CBTU, mais de 200 mil usuários utilizam diariamente o metrô da capital mineira e na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde existe uma estação.

Mobilização das centrais

Em meio à onda de manifestações pelo país, as principais centrais sindicais decidiram se reunir e definir um conjunto de reivindicações, como a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas; fim do fator previdenciário; 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação; investimentos em saúde conforme disposto na Constituição e apoio à vinda de médicos estrangeiros; fim dos leilões do petróleo; redução de tarifas e melhorias no transporte público; rejeição da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 4330, que amplia as terceirizações; e realização da reforma agrária.

Participam da mobilização a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Central dos Sindicatos do Brasil (CSB), além do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).